'Situação absurda e insustentável', diz professora negra após aluno se recusar a receber avaliação
Conforme relatos de estudantes, aluno teria feito declarações racistas, afirmando que não toca em pessoas negras
Por Juliana Almirante
A professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Isabel Cristina Ferreira dos Reis afirmou, em entrevista ao Metro1, que a atitude do aluno de se recusar a receber uma avaliação das mãos dela foi uma "situação absurda e insustentável".
O site buscou a UFRB, por meio de assessoria de imprensa, mas ainda não recebeu resposta até a publicação.
O caso ocorreu na noite de ontem (9) no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL). A situação causou repúdio do Centro Acadêmico de História da universidade. De acordo com relato da professora, estudantes da instituição contam que o aluno já tem histórico de declarações em que afirma que não toca em pessoas negras.
"Ele se recusou a tomar o papel da avaliação das minhas mãos e ele já tinha dito isso para outro colega, que ele não toca em mãos negras. Eu me recusei a colocar na mesa, porque naõ existe isso. Eu perguntei para ele porque ele não poderia pegar da minha mão e ele não me deu explicação. É uma situação absurda e insustentável. Se ele me dissesse que era por uma razão que justificasse, mas não tem justificativa", afirmou a professora.
Depois da situação, a professora Luciana Brito interviu e pediu que o aluno se retirasse da sala. Também ao Metro1, Luciana também afirma que o estudante já teve comportamentos semelhantes com outros alunos.
"Na verdade, ele já vem fazendo isso com estudantes negros e gays. Já é conhecindo por esse tipo de atitude. Já vinha causando problemas, até que ontem chegou nesse limite. Ele faz essas afirmações de que negro fede e é um estudante que já foi expulso pelos estudantes na moradia estudantil da UFRB. Até que teve o episódio extremado ontem", relata.
Segundo Isabel, gestores da universidade vão avaliar o que pode ser feito com o aluno, já que os casos são recorrentes. "Vamos conversar agora com gestores para saber o que vai ser feito a partir de agora, porque comunidade está apreensiva de que coisa pior pode acontecer", afirma.
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