Ygor da Silva Coelho
Tenho um orgulho danado de ser baiano. Lógico, vez por outra sinto uma decepção, como a causada pelos meus conterrâneos que esta semana deram título de Doutor Honoris Causa a um questionado político brasileiro.
Mas isto não diminui meu orgulho, que é fruto de muitas razões, dentre elas o alto astral baiano. Vejam ontem:
Eu vinha do cinema, fui assistir "A viagem de Fanny", no CircuitoSaladeArte. E às 23h, passando pela Avenida Anita Garibaldi, nas imediações do monumento à Cleriston Andrade, dei de cara com uma blitz alcoólica. Guinchos, agentes da Transalvador, policiais militares, metralhadoras... Um baita aparato e vários carros parados.
- Boa noite! Encoste o carro. O senhor aceita fazer o teste alcoólico?
- Boa noite! Sim, claro. Aceito!
Fui corajoso, porque tinha tomado umas duas doses de Bourbon Jim Beam ao meio dia e não sei até quando o álcool permanece no sangue.
Enquanto seguia o policial até o local onde estava o equipamento, como que disfarçando o medo, eu fui cumprimentando os que estavam enfileirados, com metralhadoras em punho.
- Boa noite! Boa noite!
Se respondiam não lembro. Mas, ao chegar ao local do equipamento vi um baiano folgado, muito mais folgado do que eu, que já tinha feito o teste e pedia para fazer uma selfie, ao lado do policial, soprando o bafômetro!
- Agora... sorria! --- *Flash*
- Espera aí, "poliça"! Ficou escura. Só mais uma! Sorria! --- *Flash*
Não pedi pra fazer selfie. Mas, encorajado pelo outro baiano, fiz várias perguntas. O "polícia" até me disse que um copo de cerveja antes do almoço não é denunciado pelo bafômetro. Bela informação!
Em que outro lugar você vê isto? Altas horas da noite, metralhadoras, bafômetro, selfies, sorrisos, um "polícia" fazendo selfie e o outro orientando beber?
Grato por compartilhar o texto, Dimitri!
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