Bolsonaro é processado por ofensas de conotação sexual à repórter Patrícia Campos Mello
A jornalista Patrícia Campos Mello entrou na Justiça estadual de São Paulo contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A ação pede indenização por danos morais por ofensas de cunho sexual do presidente à repórter.
Além de Bolsonaro, Hans River do Rio Nascimento, ex funcionário de uma agência de disparos em massa, e Allan dos Santos, apresentador do canal online Terça Livre, também serão acionados pela Justiça, conforme divulgado pela Folha de S. Paulo.
O motivo das ações foram os ataques sofridos pela repórter após o depoimento de Hans, no Congresso, à CPMI das Fake News, no último dia 11 de fevereiro.
Como as ofensas começaram?
Primeiro, River insultou Patrícia Campos Mello e deu informações falsas durante a oitiva.
“Quando eu cheguei na Folha de S.Paulo, quando ela [repórter] escutou a negativa, o distrato que eu dei e deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção, que a minha intenção era ser ouvido a respeito do meu livro, entendeu?”, afirmou Hans a deputados e senadores, em sessão com transmissão ao vivo da TV Senado.
Nas Redes sociais e no Congresso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também utilizou as falas do Hans para atacar Patrícia.
“Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, é o que a Dilma Rousseff falava: fazer o diabo pelo poder”, disse Eduardo.
Após a repercussão do depoimento do ex-funcionário da Yacows, o presidente Jair Bolsonaro ao comentar o caso em entrevista também fez insinuações contra a repórter.
“Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo [risos dele e dos demais]”, disse o presidente, em entrevista diante de um grupo de simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada. Após uma pausa durante os risos, Bolsonaro concluiu: “A qualquer preço contra mim”.
De acordo com a petição inicial do processo, o programa Terça Livre, apresentado por Allan, no último dia 12 de fevereiro, teve como título “O Prostíbulo em Desespero” e espalhou novas informações falsas sobre o acontecimento envolvendo River.
Ao todo, são três ações movidas por Patrícia Campos Mello na Justiça. Contra Hans e Bolsonaro, o pedido de indenização é de R$ 50 mil. Já no processo contra o apresentador Allan e também a pessoa jurídica Terça Livre, o pedido é de R$ 100 mil.
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