DIFERENTE DO RESTO DO MUNDO

 Mentor Neto

Diferente do resto do mundo, o Brasil além de enterrar seus cidadãos que morreram por absoluto descaso do governo enterra também, diariamente, os planos, os projetos e os sonhos daqueles que sobrevivem.

 

Bolsonaro nos impõe uma vida sem metas.

Nossa única ação possível, hoje, é fugir do vírus com nossos próprios recursos.

Nada mais pode ser planejado.

Nem nos nossos piores sonhos, nem em nossas mais pessimistas previsões poderíamos imaginar o mal que o homem que ocupa a presidência poderia fazer com a nossa vida.

Com a nossa individualidade.

Somos, hoje, um país sem governo.

Somos terra arrasada. 

 

Bolsonaro não abandonou apenas a Saúde.

Abandonou também a Economia, a Cultura, a Segurança, a Agricultura, o Meio Ambiente, a Ciência.

E ao abandonar tudo isso, nos obrigou a abandonar nosso futuro.

O mal que seu desgoverno representa ao país não se limita às 400 mil mortes que teremos no final do mês que se inicia.

O mal que Bolsonaro impõe aos que sobrevivem ao COVID-19 é uma vida de desesperança.

Estamos presos no loop infinito de sua incompetência.

Nem ao menos sair do Brasil podemos, pois o mundo nos marcou como infectados.

E os tentáculos deste incompetente continuam invadindo novos setores.

O ministro Kássio Nunes Marques liberou os cultos e cerimônias religiosas presenciais em todo o Brasil.

Isso quando continuamos batendo recordes de mortes.

Se quando morria menos gente as cerimônias religiosas presenciais foram proibidas, o que levou Nunes Marques a liberá-las agora?

Não precisa responder. 

É uma pergunta retórica apenas.

Nunes Marques é funcionário de Bolsonaro e não do Brasil.

Bolsonaro também trabalha para Bolsonaro e não para o país.

Ele, seus filhos e seus ministros, Nunes incluído, trabalham para sua reeleição e para que não exista nenhum risco das investigações da Polícia Federal chegarem até a porta de seus parentes e amigos.

São só essas as suas prioridades.

Batemos recordes de mortes, recordes de desemprego, recordes de desvalorização da moeda, recordes de empresas quebrando e de Brasília só vem o silêncio ou as frases de botequim desse despreparado.

Bolsonaro não trabalha. 

Não propõe nada, como seus ministros.

O da Economia, por exemplo, que tanta gente acreditou, não passa de um pobre coitado. 

Não apresenta uma única ideia, que dirá um plano para sair de onde estamos.

Os outros ministros, então, são ainda piores.

Estão ali como ajudantes de ordem do presidente.

Fazem o que ele mandar, quando se digna a mandar, porque nem isso o sujeito faz.

Nessa Páscoa, por exemplo, nosso presidente parou de trabalhar na quinta feira.

Pode ter certeza: vivemos o momento mais sombrio de nossa história e ninguém, em 500 anos de Brasil, foi tão nocivo para nós, brasileiros, do que o homem que ocupa a presidência.

Até quando vamos aceitar calados o enterro de nosso futuro?