Em muitos dos museus mais importantes do mundo há peças históricas e obras de arte roubadas em campanhas militares, recolhidas em contextos coloniais, compradas de forma ilegítima ou importados a pretexto de escavações arqueológicas.
Em Portugal também temos situações dessas, tanto por termos sido um país ocupado como pelo nosso papel histórico na colonização em vários continentes. Mas entre os choques diplomáticos internacionais mais famosos está o que tem de um lado a Grécia e do outro o Reino Unido, a propósito das esculturas que pertenciam — ou pertencem? — ao Parthenon e que foram levadas há mais de 200 anos de Atenas para o British Museum, em Londres.
Esse é um conflito ainda sem fim à vista, apesar das intervenções da UNESCO. A novidade é que há agora cada vez mais boa vontade do mesmo museu britânico e de outras instituições de vários países para fazer avançar outros processos de devolução.
Por exemplo, os chamados bronzes do Benim são para devolver, nuns casos à Nigéria e noutros ao Benim. Foi assinado há dias um protocolo entre a Alemanha e a Nigéria, para que em 2022 sejam devolvidas mais de 1000 destas obras de arte por parte de instituições alemãs.
Já em Paris, o Musée du quai Branly — Jacques Chirac terá agora uma exposição-relâmpago durante apenas seis dias — “BÉNIN, la restitution de 26 œuvres des trésors royaux d’Abomey” —, a partir de terça-feira e até dia 31. São parte dos despojos de guerra de uma ação militar francesa, em 1892.
Acabada a exposição em Paris, as 26 peças serão devolvidas ao Benim. No caso deste museu parisiense, tratou-se de cumprir uma lei aprovada em dezembro de 2020 em França, onde se regulamenta a devolução de peças a outros países.
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