Maria de Castro Osório, a Nice Firmeza, nasceu em 18 de julho de 1921, na cidade de Aracati, Ceará. Começou a pintar com orientação técnica em 1950, quando ingressou na Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), criada em 1941, pelos artistas Antônio Bandeira, Raimundo Cela e Aldemir Martins.
Nice foi uma das primeiras mulheres a ingressar na SCAP. A partir de 1951, começou a participar de exposições em Fortaleza, para depois ver seus trabalhos circularem em mostras no Brasil e na França. Registram passagem de quadros seus o I Salão Nacional de Artes Plásticas, na Casa de Cultura Raimundo Cela, o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC), o Museu do Ceará, a Maison dês Cultures Du Monde e a Casa de Cultura Palácio da Luz. Nesta última, um prédio histórico no centro de Fortaleza, uma homenagem aos seus 25 anos de carreira.
Nice Firmeza foi pioneira nas artes plásticas cearenses em um tempo em que não caberia às mulheres tarefas ligadas ao campo das artes. Foi artista, também, nos saberes e artes da tradição popular, sendo nomeada Tesouro Vivo/Mestre da Cultura, pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), em 2007. Doceira, fazia deliciosos bolos e quitutes. Era mestre na “pintura em linha”, seus bordados eram verdadeiras pinturas com formas e cores ricas de suas linhas, elevou assim o bordado à categoria de linguagem artística. Nas artes plásticas, destacou-se na arte Naif, estilo de arte marcada pela simplicidade, e tornou-se ícone da história das artes plásticas cearenses do século XX.
Nice ainda atuou como professora ministrando aulas de pintura às crianças e coordenou a primeira Bienal de Pinturas Infantis do Estado do Ceará. A artista também ministrou aulas de arte no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, e diversos cursos livres de pintura para crianças e adolescentes em escolas de Fortaleza.
Foi na SCAP, em 1961, que teve início o enlace com aquele que seria o amor de toda a sua vida, Nilo de Brito Firmeza, o então odontólogo e também artista plástico Estrigas.
COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO. Durante vários anos trabalhei muito com a obra de Nice Firmeza. Foi aliás assim que a Maison des Cultures du Monde expôs trabalhos desta artista em Paris.
Os quatro trabalhos que ilustram este artigo são do acervo da Casa-Museu Solar Santo Antônio.
Nos quadros de Nice o que canta e encanta é a cor
ResponderExcluir