terça-feira, 8 de maio de 2018

O DINHEIRO E OS DOCS DE DONA MARY.

Resultado de imagem para FOTOS DE DOCUMENTOS PERDIDOS  Quase na hora de embarcar para Salvador em Congonhas (SP), achei uma carteira cheia de documentos, um cartão de embarque da Gol para Recife vencido, e mais a quantia de R$775,00. Peguei a grana, entreguei os documentos para o agente de segurança do aeroporto e antes fotografei a identidade da pessoa. No dia seguinte liguei para a Gol e expliquei a situação. Pedi que a localizassem pelo horário do voo que vi no cartão, que a informassem que seus documentos estavam no achados e perdidos e que eu estava com o seu dinheiro em mãos para devolve-la via depósito bancário. A atendente da Gol disse que era um "caso atípico", mas ia tentar falar com a pessoa. Eu reagi e disse que era obrigação deles pois tratava-se de uma cliente que perdeu documentos antes do embarque. Informei meu celular e aguardei.

À noite me ligou uma senhora dizendo: Você que é o meu anjo? Eu disse que não. Que estava apenas devolvendo o que era dela. Ela retrucou que eu era uma alma nobre. Eu reafirmei que um gesto como este deveria ser corriqueiro. Devolver documentos e dinheiro perdidos de um concidadão do seu país (ou não) é apenas um ato de respeito e cidadania. Não exatamente de honestidade. Ela agradeceu muito. Hoje, já com seus dados bancários depositei os R$775,00 dela. Mandei o comprovante pelo zap. Ela mais que agradecida me ligou para dizer que já tinha recuperado todos os seus documentos e que não precisava ter passado nenhum comprovante do depósito. Sabia pela minha atitude que o dinheiro estaria lá. Concluiu me intitulando como "irmão de alma". Que bom; ganhei uma nova amiga.
Detive-me na sequência com uma reportagem na TV, onde um senhor pobre do interior do estado, com problemas de saúde, havia perdido o saque que tinha feito de seu auxílio-doença. O dinheiro foi achado por um pedreiro desempregado, que o devolveu sem pestanejar. A reportagem termina com os dois abraçados e sorridentes. Encerro achando que não deveria ser motivo de manchete algo que deveria estar naturalmente em nós. 
A decência de jamais desejar o que quer que seja de outra pessoa ou impregnar-se de espírito articulado para a ganância ou para a vantagem. É de causar comoção os "elogios" que recebi: Da moça da Gol que disse nunca ter atendido um caso como este; da pessoa que perdeu os documentos e o dinheiro e da moça do caixa que perguntou se queria que eu identificasse o depósito. Eu disse que não; que era apenas a devolução de um dinheiro que eu tinha achado, etc. 
Ela, a moça do caixa, me perguntou se eu era brasileiro. Sim querida eu sou.

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