Cineasta José Padilha diz que ser contra Lava Jato é fazer jogo da direita
O diretor carioca José Padilha comentou sobre o cenário político brasileiro em entrevista à Folha de S. Paulo, com críticas a diferentes lideranças. "Morri de rir", disse o cineasta sobre a prisão de Garotinho. Ele poupa de críticas, contudo, a Operação Lava Jato, que vai servir de base para a série que ele vai comandar no Netflix no ano que vem, e também ao juiz Sérgio Moro.
"Hoje vemos o PMDB, sob a batuta de Temer e Renan, lutando com afinco para garantir a impunidade dos operadores da corrupção sistêmica em texto constitucional. Talvez, no fim, a impunidade saia vencedora", disse ao jornal paulista.
Questionado sobre a possibilidade da série sobre a Lava Jato contribuir para um endeusamento da "figura controversa" do juiz Sergio Moro, como apontado pelo entrevistador, Padilha respondeu: "A pergunta assume tacitamente a premissa de que Moro é uma figura controversa. Não sei se 'ser controverso' é de fato uma propriedade de Sergio Moro. Acho que 'ser controverso' é, antes de mais nada, uma propriedade de qualquer pessoa que ofereça risco real ao PT e ao Lula."
Ele promete, entretanto, "abordar a Lava Jato da forma mais completa e isenta possível".
Sobre a situação das contas do Rio de Janeiro e o desempenho das UPPs, atestou: "Não sei como pessoas inteligentes puderam acreditar que uma policia incompetente, falida, corrupta e violenta como a do Rio, chefiada por um governador desvairado e ladrão, poderia resolver o problema da segurança pública Estado... Inacreditável."
Padilha também comenta que nunca foi a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. "O correto teria sido o afastamento de Cunha e Renan, e a impugnação da chapa de Dilma-Temer no TSE. Isso não significa que eu defenda Lula e o PT. Vivemos uma briga de quadrilhas. A máfia que a esquerda elegeu, representada pela chapa Dilma-Temer e financiada pela maquina PT/PMDB, rachou ao meio sob a Lava Jato. Um capo traiu outro. No fim, são todos bandidos. A Lava Jato é o único caminho, e é uma pena que a esquerda não admita os crimes do PT e passe a apoiar as investigações. Ser contra a Lava Jato agora é ajudar ao PMDB e ao PSDB, é fazer o jogo da direita."
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