Parentes de Geddel estão envolvidos em projeto imobiliário polêmico
Ministro é investigado pela Comissão de Ética da Presidência porque o ex-ministro da Cultura o acusou de fazer pressão para liberar obras.
Parentes do ministro Geddel Vieira Lima estão envolvidos no projeto do edifício de apartamentos que está no centro de um conflito de interesses entre o público e o privado. A Comissão de Ética da presidência investiga Gedel porque o ex-ministro da Cultura o acusou de pressionar pela liberação das obras do prédio.
A Porto Ladeira da Barra Empreendimentos, responsável pelas obras do residencial La Vue tenta reverter o embargo da obra junto ao Iphan em Brasília. No processo é representada por dois advogados, Igor Andrade Costa e Jayme de Souza Vieira Lima Filho, primo de Geddel Vieira Lima.
A procuração emitida em nome deles foi revelada nesta quarta-feira (23) pela “Folha de S.Paulo”. Um sobrinho de Geddel, Afrisio Vieira da Lima Neto, também aparece no documento, como estagiário.
A obra começou em outubro do ano passado, com projeto de 31 andares aprovado pela prefeitura e autorizado pelo Iphan da Bahia. Mas o Iphan nacional mandou a obra parar na semana passada.
O envolvimento do advogado Igor Andrade Costa com Geddel Vieira Lima e com empreendimento vai além da defesa no processo do Iphan. Igor é advogado particular de Geddel em processos na Bahia e é sócio do primo dele, Jayme, em um escritório de advocacia. O nome de Igor também aparece na ata da assembleia que constituiu o condomínio de construção do residencial, em setembro do ano passado.
Igor foi designado secretário da assembleia. Os proprietários dos apartamentos estavam presentes. Pelo apartamento 1101 aparece a Upside Empreendimentos, de uma prima de Geddel, Fernanda Vieira Lima Calazans. O apartamento 2301, que pertence a Geddel, ainda estava em nome da empreendedora.
Uma reportagem do Globo online revelou que Igor Andrade da Costa também assinou o contrato social da Porto Ladeira da Barra Empreendimentos Ltda na Junta Comercial de Salvador. Nesta quarta-feira (23), o escritório de Igor e do sobrinho de Gedel estava fechado.
De acordo com a documentação, o prédio é construído em regime de administração. Ou seja, os donos dos apartamentos são responsáveis pelo andamento da obra e assumem os riscos e as variações de custo.
Nenhum dos citados na reportagem atendeu ou retornou as nossas ligações. Por telefone, o ministro Geddel Vieira Lima disse que não quer mais falar sobre o assunto. A Justiça Federal na Bahia proibiu a venda dos apartamentos no Edifício La Vue.
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