Editorial jornal “A TARDE” 26/12/2016
Executivos da Petrobrás
e membros do primeiro escalão dos poderes Executivo e Legislativo, no Brasil,
foram corrompidos pela Odebrecht. É o que concluiu a Operação Lava Jato,
acusada de perseguição, de cometer injustiças e abuso de autoridade.
Para
os defensores dos acusados, eles são inocentes, mas estão sendo presos e
denunciados apenas porque o Ministério Público age na tentativa de desmontar um
projeto político implantado no País. E pior, segundo os mesmos defensores:
tendo como base apenas a delação – sem provas – feitas por outros detidos, em
troca da redução de penas.
Esse
discurso virou pó, na semana passada, quando foi divulgado um relatório do
Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Está lá, com todas as letras: o “setor
de propina” da Odebrecht, área de Operações Estruturadas, “sistematicamente
pagou centenas de milhões de dólares para funcionários corruptos de governos em
países de três continentes”, o Brasil entre aqueles.
Sem
a citação de nomes, mas revelando a participação de autoridades do primeiro
escalão, o Departamento de Justiça baseia-se em documentos, provas colhidas
após rastrear o caminho do dinheiro em pelo menos três instituições bancárias
de paraísos fiscais. Confirma-se, pois: houve suborno, há uma substancial lista
de corruptos e a prática criminosa estendia-se há pelo menos dez anos.
Uma
quadrilha se instalou no País com o objetivo de raspar os cofres de empresas
estatais e achacar empresários, com o objetivo de acumular recursos em nível
capaz de financiar a permanência no poder e depois o enriquecimento ilícito de
seus membros. O esquema, com alto grau de sofisticação, utilizava o sistema
financeiro global para disfarçar a fonte e o desembolso dos pagamentos do
suborno.
Espera-se,
agora, que haja estreita colaboração entre o Ministério Público brasileiro e o
Departamento de Justiça americano, de forma a que as provas por este compiladas
possam servir de suporte às denúncias do MP, sendo juntadas ao processo enviado
ao Supremo Tribunal Federal.
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