|
O Brasil está tomando de 7 a 1 na questão ambiental em 2016 e se a gente não arrumar a defesa direitinho periga levar mais uns gols neste finzinho de ano e mais um caminhão em 2017. Os presentes de Natal que o governo reservou para o meio ambiente e os direitos dos povos tradicionais são de grego. Estão passando quase que despercebidos no meio da confusão geral de Brasília, mas podem causar danos ainda mais duradouros do que os 20 anos da PEC 55. É, literalmente, política de terra arrasada.
No momento, há duas bolas na marca do pênalti no Congresso Nacional: o Projeto de Lei que prevê a flexibilização das regras para o licenciamento ambiental e o PL 4508, que autoriza a prática da pecuária em áreas de Reserva Legal. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, a Amazônia perdeu 859 árvores por minuto. É o terceiro ano seguido de aumento da destruição da floresta desde a adoção do Novo Código Florestal, aprovado em 2012.
Também aproveitaram o apagar dos refletores de 2016 para tentarem aprovar, enquanto ninguém estava vendo, projetos para a construção de hidrovias em rios como o Tapajós e o Teles Pires, na Amazônia, para escoamento de produção agrícola. Por pouco não entraram com bola e tudo. A última jogada foi maquinada pelo próprio Executivo, via Ministério da Justiça: um decreto praticamente inviabiliza a demarcação de novas Terras Indígenas e põe em risco as já existentes, já que possibilita a contestação de demarcações feitas por governos anteriores.
Comandando essa linha de passe está a bancada ruralista, que ocupa nada menos do que 40% do Congresso Nacional. Se 2016 nos deixou um legado, foi o que devemos nos preparar para muita luta em 2017. |
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário