... SE NÓS NÃO PAGÁSSEMOS
Levi Vasconcelos
Jornal A TARDE, “Opinião”, 24/03/2017
Não raras vezes você
está no aconchego do lar vendo tevê quando aparece algum ilustre desconhecido
ancorado em algumas letrinhas e começa a estrilar ideias para salvar o Brasil.
Anteontem, numa dessas, surpresa grande: o personagem em apreço, Roberto Jefferson,
surgiu na tela pregando a reforma tributária como redenção nacional.
Para
lembrar: ele foi o pivô do mensalão, o escândalo que detonou a vida de petistas
notáveis, como José Dirceu. Com o detalhe: confessou que recebia a mesada (daí
o nome, mensalão). Réu confesso,
portanto. Foi condenado a sete anos e 14 dias. Cumpriu parte, está solto. E
livre para nos ensinar como fazer um Brasil melhor. Dá para acreditar?
Isso
acontece porque ele é o dono do partido, o PTB. No Brasil é assim. Alguém funda
o partido, não elege os diretórios (o que institui mandatos), forma comissões
provisórias que ele deleta na hora que quer, e reina absoluto, como um
soberano.
O
pior: quem paga as aparições na tevê e a manutenção de tais partidos somos nós.
Nas inserções comerciais, as tevês ganham créditos abatidos em impostos. Os
partidos, nos custam R$ 869 milhões por ano do Fundo Partidário. São 35
partidos, outros 20 no prelo. Virou um negoção fazer um.
Tal
cenário revela uma das boas contribuições para nossa desmoralização política.
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