Pois é... Respeito é o que mais falta por aí. Não vou falar
dos elementos de Brasília, nem da dispensável ponte dos chineses, não. Vou
bater, como sempre, na mesma tecla. Falta respeito, senhores governantes, pela
memória e a história desta cidade do Salvador. Falta respeito pelos
comerciantes, pelos moradores e também pelos últimos turistas ainda atraídos
por falsas imagens. Falta respeito por todos os que pagam absurdas contribuições
sem nunca serem informados por que ralo os bilhões desaparecerão!
Em vez do
IPAC expulsar quem, teimosamente, ainda se agarra a um bairro que permanece em
longa, interminável agonia, exigindo alugueis irreais, deveria agradecê-lhes
por manter vivas ruas e praças que nem o Estado nem a prefeitura são capazes de
revitalizar. Deveria pedir alugueis simbólicos até que os responsáveis (sic)
revertam a situação. Mas exigir de uma
galeria de arte ou de uma modesta lanchonete quase dois mil reais mensais, é
empurrá-las para a insolvência. Pedir a uma pousada pagar um IPTU de muitos
milhares de reais é vergonhoso. Os comerciantes e moradores do centro histórico
de Salvador deveriam ser isentos de impostos. Querem realmente revitalizar a
área? Façam dela uma zona franca!
Vez ou outra me convidam para participar de um seminário, de
uma mesa redonda, da apresentação de mais um projeto. Não vou. Cansei de perder
meu tempo. Senhores, acho que ainda não entenderam: vocês perderam toda
credibilidade! Acabou! Só sabem elucubrar discursos ocos cujo único objetivo é
gastar bilhões de nossas contribuições para fins que eu e muitos outros
suspeitamos escusos. Inventam festas barulhentas. Resolvem fechar as praças do
Pelourinho “para obras”, sem se preocupar em avisar quem vive e trabalha na
área. Pedir opiniões? Ainda menos! Somos tratados como gado. O centro
histórico, o Comércio e adjacências estão desmoronando, vítimas da omissão e da
incompetência do Estado e da Prefeitura!
Não sabendo o que fazer com o Jandaia, com os casarões da Praça Cairu, com o casario da Conceição da Praia, improvisam museus e centros culturais. Falaram com arqueólogos, arquitetos, historiadores, antropólogos e museólogos? Claro que não! Para quê? E uma vez construídos, nas coxas, vão colocar o quê, lá dentro? Que memória, que pesquisa, que conceitos? Qual o público alvo?
Bom
lembrar que o Google já lista 51 museus em Salvador. Enquanto a cidade vai
perdendo sua identidade, o IPHAN continua seus pequenos negócios sem se
preocupar com as agressões. Pior: vai contribuindo!
A sociedade pensa, a sociedade se organiza, a sociedade cada
dia cobra mais. Não impressiona mais o coelhinho saindo da cartola. Exigimos
propostas sérias e transparência. Senhores, respeitem o cidadão!
Muito bem escrito e pesquisado e alem dos casarões antigos também nossas fontes agonizam pelo descaso
ResponderExcluirMoro em Salvador a pouco tempo e sou estudante de história, realmente vejo o descaso com o patrimônio histórico de Salvador. Tudo lastimável!
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ResponderExcluirMuito importante divulgar o que está acontecendo no centro histórico, Dimitri. Já compartilhei no Instagram e Facebook da Amo a História de Salvador para que os fãs da página estejam cientes. Estamos à disposição para toda e qualquer ação em defesa do nosso patrimônio histórico
ResponderExcluirUma triste e vergonhosa realidade que mostra a falta de respeito dos governantes , dos órgãos administradores e também de uma parcela da população que não valoriza e se preocupa com a nossa história nossa cultura e nossas raízes. Não nasci em Salvador , mas amo esta cidade que escolhi para ser a minha cidade.
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ResponderExcluirMuito triste essa situação. Venho comentando com amigos sobre isso. O centro histórico de Salvador vai muito além do que alguns quarteirões do Pelourinho pra turista ver. Abandono total da nossa história.
ResponderExcluirSeu texto deveria ser primeira página no jornal A Tarde! Recebi uns amigos de Brasília e me pediram o visitar a biblioteca Anísio Teixeira ( ficava num casarão ao Px ao edifício Executivo na av.7). Cheia de vergonha, expliquei que virou um monte de ruínas.
ResponderExcluirNo tempo de escola , nós passavos agradáveis tardes mergulhando nos livros...
É vergonhosa essa situaçao... um desgoverno total das chamadas "autoridades"... poucos lugares no mundo tem um patrimonio com esse nosso... e os q tem, cuidam. Já nós... é triste.
ResponderExcluirParabéns por sua lucidez e luta incansável por nossa Bahia!
ResponderExcluirIsso msm temos que denunciar!
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