domingo, 31 de dezembro de 2017

ATÉ OS ÍNDIOS!

Índios deixam costumes tradicionais e viram evangélicos em aldeia, no AP

Processo de evangelização teria começado em 1965, contam índios.
Bebidas, danças e vestimentas tradicionais foram abdicados em aldeia.


Indígena Zila Santos lendo a bíblia durante o culto na aldeia Kumenê (Foto: Abinoan Santiago/G1)

A aldeia Kumenê, que fica na reserva Uaçá, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, é uma das mais isoladas comunidades indígenas no extremo norte do país. Para chegar a tribo da etnia Palikuré é necessário navegar ao menos 20 horas por três rios do Amapá. Apesar de localizada em meio a selva amazônica, a aldeia sofreu influência da chamada “cultura do homem branco”, segundo o cacique Azarias Ioio Iaparrá, de 50 anos. Uma delas foi a incorporação do protestantismo. “Somos evangélicos. A maioria da aldeia é crente”, resumiu o líder indígena.
Antes adeptos da cultura em que o Deus era a natureza, os índios da aldeia Kumenê passaram a acreditar em Jesus Cristo. A consolidação da religião protestante na tribo não é recente.
Momento do culto na aldeia Kumenê, em Oiapoque (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Relatos dos indígenas apontam que a “catequização evangélica” iniciou em 1965, quando um casal de missionários norte-americanos iniciou o referido processo que teria durado pouco mais de uma década. Eles teriam usado o argumento de que somente na crença em Jesus poderiam obter salvação divina.
Momento de oração de indígena em culto na aldeia Kumenê (Foto: Abinoan Santiago/G1)
09/06/2014 09h29 - Atualizado em 09/06/2014 09h29

Índios deixam costumes tradicionais e viram evangélicos em aldeia, no AP

Processo de evangelização teria começado em 1965, contam índios.
Bebidas, danças e vestimentas tradicionais foram abdicados em aldeia.

Abinoan SantiagoDo G1 AP
Indígena Zila Santos lendo a bíblia durante o culto na aldeia Kumenê (Foto: Abinoan Santiago/G1)Indígena Zila Santos lendo a bíblia durante o culto na aldeia Kumenê (Foto: Abinoan Santiago/G1)
A aldeia Kumenê, que fica na reserva Uaçá, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, é uma das mais isoladas comunidades indígenas no extremo norte do país. Para chegar a tribo da etnia Palikuré é necessário navegar ao menos 20 horas por três rios do Amapá. Apesar de localizada em meio a selva amazônica, a aldeia sofreu influência da chamada “cultura do homem branco”, segundo o cacique Azarias Ioio Iaparrá, de 50 anos. Uma delas foi a incorporação do protestantismo. “Somos evangélicos. A maioria da aldeia é crente”, resumiu o líder indígena.
Antes adeptos da cultura em que o Deus era a natureza, os índios da aldeia Kumenê passaram a acreditar em Jesus Cristo. A consolidação da religião protestante na tribo não é recente.
Momento do culto na aldeia Kumenê, em Oiapoque (Foto: Abinoan Santiago/G1)Momento do culto na aldeia Kumenê, em Oiapoque (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Relatos dos indígenas apontam que a “catequização evangélica” iniciou em 1965, quando um casal de missionários norte-americanos iniciou o referido processo que teria durado pouco mais de uma década. Eles teriam usado o argumento de que somente na crença em Jesus poderiam obter salvação divina.
Momento de oração de indígena em culto na aldeia Kumenê (Foto: Abinoan Santiago/G1)Momento de oração de indígena em culto na aldeia Kumenê (Foto: Abinoan Santiago/G1)
“Os missionários explicaram pra gente que Jesus era o único salvador e que Deus fez o céu e a terra. Primeiro não acreditamos muito, mas depois começamos a aceita a palavra e fomos nos batizando nas águas”, contou o pastor indígena Florêncio Felício, de 55 anos, que desde os 25 anos segue o protestantismo. A aldeia tem apenas uma igreja evangélica, construída em alvenaria por missionários na década de 1990.
Com a incorporação do protestantismo o batizado nas águas era uma forma de demonstração da aceitação de Jesus Cristo. A consagração religiosa implicou em uma série de mudanças no comportamento dos índios em razão da nova doutrina adotada na tribo indígena. O ato de batismo era celebrado à margem direita do rio Urukauá, que banha a aldeia Kumenê.
Dança em louvor a Jesus Cristo na aldeia Kumenê, em Oiapoque (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Uma das primeiras mudanças refletida na tribo tratou do espaço da comunidade. O cacique Iaparrá relata que depois da incorporação da religião protestante, as casas dos índios que antes eram afastadas umas das outras, passaram a ser construídas em distâncias menores entre si.

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