terça-feira, 26 de dezembro de 2017

EMANOEL ARAUJO ACUSADO

Bahia Notícias

Diretor do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo é acusado de assédio sexual e moral


Diretor do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo é acusado de assédio sexual e moral

Depois de ter participado do programa Roda Viva, no dia 18 de dezembro, o artista plástico Emanoel Araújo, criador e diretor do Museu Afro Brasil, seguiu nos holofotes, mas desta vez por escândalos e não pelo reconhecimento de seu papel artístico e cultural. Nas redes sociais, antigos funcionários do museu fizeram relatos e o acusam de assédio sexual e moral. “Pelo que observei, parecia que ele dividia as pessoas que trabalhavam lá em categorias: Homens não-negros e mais velhos, com esses era um trato ok.  Homens não-negros e jovens o assédio era moral. Tinha um assessor que andava com ele que coitado… Era xingo o dia inteiro, o cara implodia, entrava no banheiro vermelho bufando, lavava o rosto e voltava pra ser mais xingado, dava pena, e era normal. Homens negros mais velhos não sei, lá não tinha. Mulheres, total desprezo. Por fim, homens negros e jovens eram o alvo. O assédio era moral e sexual. Encoxada e mão boba toda hora. Presenciei inúmeras situações em que o rapaz baiano da montagem levava um xingo e uma dedada no rabo na frente das pessoas que nada faziam – eu, inclusive – e, ele achava que ‘fazia parte’”, lembra Newman Costa, contando em seguida um incidente no qual teria sofrido assédio sexual. 



“Um dia – ainda durante o meu primeiro mês na montagem – ao final do expediente, fui ao banheiro que era aos funcionários e dei de cara com Emanoel Araujo de saída. Ele me vê e para na porta. Ok, ‘segue o jogo’, pensei. ‘É só ignorar e passar’. Mas, dessa vez foi diferente: ele se colocou na minha frente, obstruindo a passagem. Desviei e ele deu um passo pro mesmo lado. Fui desviar de novo e a mesma coisa. Até que, ele me segura pela cintura, me põe contra parede, encosta a barriga dele na minha e vem chegando com o rosto perto do meu. Pois é, chegou minha vez. No instinto eu o empurrei e xinguei. Não sei ao certo o que disse, mas guardei o ‘cê ta louco’ e o ‘vai tomar no cu’. Em resposta, ele começou a me xingar e berrar muito mais alto pedindo por socorro. Invertendo a situação”, lembrou o ex-funcionário, contando ainda que as pessoas já sabiam do comportamento de Emanoel. “Ou seja, mesmo sem terem presenciado a agressão, eles sabiam perfeitamente o que estava acontecendo ali. Certamente, estavam habituados a gerenciar uma crise aquela”, relatou Newman Costa, que por muito tempo manteve a história no “esquecimento”. “Hoje, passados mais de dez anos, passei a entender o buraco social que omissões como a minha causam quando, em novembro deste ano, li o relato em que um assistente de produção de Kevin Spacey o denunciava por assédio sexual. Entendi que não falar sobre isto é um direito que tenho, sem dúvida. Mas, mais do que isso, passei a entender que se falasse, eu cumpriria um dever social, um ato de cidadania porque, esse caso, nem é de mim que se trata”, avaliou.



Outro ex-funcionário também contou sua história com Emanuel. “Talvez minha experiência de 5 anos no Museu Afro Brasil tenha sido uma das coisas que mais tenha me embasado com instrumentos para que eu combatesse o racismo movendo-se em meio a ações de pessoas brancas e negras”, contextualizou Felinto dos Santos, afirmando que lá também aprendeu a barrar os “muitos assédios e abusos” cometidos por Emanoel Araújo e “outras pessoas que gravitam, carniceiramente, em torno de seu campo de influência”. “Na instituição assisti incrédulo (só por um tempo, depois passei a acreditar) às contradições de seu diretor, que por 15 anos se escuda na missão do museu para encobrir sua falta de caráter, suas inclinações ao abuso psicológico e ao assédio moral e sexual que pouco ou nunca foram publicidados por conta de questões que o ativismo negro ainda não sabe manejar: como agir quando o abusador é negrx? Como criar um debate que não incorra no prejuízo dos diversos projetos desenhados pela negritude, que em algumas instâncias se ancoram em certos consensos, como a ideia de que negrxs não perpetram o racismo. Pois bem, entre nós, e em muitas iniciativas por nós valorizadas há contradições”, acrescenta o ex-funcionário, contando que na instituição os empregados eram obrigados a “acatar o trabalho irregular, ilegal, não levar para a justiça a exposição em situações de CLARO assédio moral, psicológico ou sexual”. “Sobre tudo isso joga-se uma cortina de fumaça dentro da qual torna-se contra producente qualquer investida contra as irregularidades da instituição, como resumo do quadro, temos a situação em que pleitear o respeito aos direitos trabalhistas dentro da instituição soam, contraditoriamente, como um ato avesso a negritude valorizada pelo projeto”, pondera Felinto, afirmando que o diretor do museu se investe do poder conferido por sua posição de prestígio e do respaldo coletivo que recebe através da instituição em seu proveito pessoal. “É atrás dessa cortina que o mesmo encobre as encoxadas, as passadas de mão, os dizeres invasivos, as ameaças de demissão sem causa justificável, as vexações contra as equipes de profissionais que trabalham na instituição. Aconteceu inúmeras vezes comigo, presenciei inúmeras vezes com outrxs. Muitas foram as situações em que seus abusos foram protegidos por sua idade, ‘não ligue, não o incomode, ele é um idoso... é o jeito dele’ ou por sua relevância como figura pública ‘ele é uma figura importante, não ofusque a imagem dele, isso seria um dano para todxs nós negrxs’”, conta, criticando ainda a participação de Emanoel no Roda Viva. “Nas entrelinhas e com o avanço dos entendimentos que hoje temos sobre questões de gênero e raça o que o mesmo [Emanoel Araújo] reclama a si e ao museu é o poder de abusar de trabalhadorxs em prol de uma missão”, diz o ex-funcionário sobre a participação do diretor do museu no programa de TV.


EU TAMBÉM TENHO UMA HISTÓRIA DE ABUSO PRA CONTAR.
Aconteceu em 2006 e o nome dele é EMANOEL ARAUJO, este da foto.
Era começo de 2006. Fui com minha família a um evento em que ele participava. No final, fomos cumprimentá-lo. Muito cordial, Emanoel nos convidou a conhecer o Museu Afro Brasil.
Algumas semanas depois, fomos – todos novamente - visitar o local pela primeira vez. Ficamos encantados.
Nesse mesmo dia, uma das recepcionistas me perguntou se eu falava inglês e se tinha o interesse de trabalhar na recepção. Eu nunca havia imaginado fazer algo do tipo. Mas gostei do lugar... Estava no primeiro ano de faculdade, sem emprego e o salário era de R$1.200,00. Topei!
Fiz a entrevista e, alguns dias depois, estava contratado.
Os educadores me conduziram por um tour guiado pelo acervo permanente, os colegas da recepção eram bacanas. Fui muito bem recebido por todos... Enfim, o ambiente parecia ótimo.
E foi assim até o dia em que o encontrei Emanoel pela primeira vez. Fui na direção dele pra cumprimentar. Assim que me viu, parou de andar, fechou a cara e me encarou. Não entendi. Fiz um “oi” com a cabeça e ele, imóvel. Assim que eu passei, ele voltou a andar.
Bizarro!
E o episódio se repetiu de forma sistemática. Toda vez que nos cruzávamos era a mesma coisa: Emanoel parava, me encarava e depois seguia.
Concluí que na verdade era apenas um cara mal humorado. Me acostumei e não liguei mais.
Passaram-se três meses e eu sai do museu. Sinceramente, não me lembro o motivo, se me mandaram embora ou se esse já era período já pré combinado. E minha relação com Emanoel nesse período se resumiu a umas 10 encaradas e zero palavra.
Pois bem, duas semanas depois, recebi uma ligação do pessoal da administração. Me informaram que havia uma vaga para “montagem” e queriam saber se eu tinha interesse. Eu não fazia a mínima ideia do que se tratava, mas considerei que eles tinha elementos suficientes para me julgarem qualificado para o trabalho pelo tempo que me conheciam.
O boleto da faculdade não parava de chegar, o salário era mesmo da recepção, acima da média de um estágio na minha área. Fui.
A equipe de montagem de acervo era formada por um senhor experiente, um rapaz baiano um pouco mais velho que eu e eu, na época com 21 anos.
Uma semana foi suficiente para eu perceber que não tinha nem qualificação e nem habilidade para a vaga que ocupava.
“Você? Na montagem?” - foi assim que reagiu a maioria, com estranheza.
O rapaz baiano me contou que havia vindo da Bahia pra trabalhar no museu e tentar a sorte em São Paulo. Ele era bem simples, gente boa, solícito. Me ajudava bastante. A relação fluiu até que um dia ele se deu a liberdade de perguntar se eu estava fazendo algum curso que me habilitava para aquela função. Museologia ou algo do tipo, não sei. Inclusive, era o que ele almejava estudar e era hiper habilidoso com todo tipo de serviço, um “faz-tudo”. Já eu, não passava de um estudante do primeiro ano de Rádio e TV que até então, nunca havia pregado um prego na parede.
Pelo muito pouco que entendi, o trabalho da montgem consistia em assistir ao curador quando este quisesse acrescentar, retirar ou reposicionar peças do acervo, montar ou desmontar exposições temporárias, etc. Sendo assim, eu trabalhava bem mais próximo do Emanoel. Via-o ele quase todo dia.
Comigo, a relação bizarra do silêncio continuava valendo.
Com o senhor mais velho, meu chefe direto, ele se relacionava normalmente.
Com o baiano, era diferente: a primeira cena de que me lembro foi ele subir em uma escada e PLAU! Tapão na bunda dado pelo Emanoel.
“Ahhh, esse Emanoel é danadinho mesmo, hein!”, disseram os que estavam em volta. Houve risadinhas, com exceção do baiano. Mas também nada falou.
Já eu, na minha ignorância jovial pensei: “bom, se não falou nada é porque gosta, né? Dá a liberdade… comigo não aconteceria”.
Daí pra frente passei a presenciar uma pratica constante de abusos.
Pelo que observei, parecia que ele dividia as pessoas que trabalhavam lá em categorias:
Homens não-negros e mais velhos, com esses era um trato ok.
Homens não-negros e jovens o assédio era moral. Tinha um assessor que andava com ele que coitado… era xingo o dia inteiro, o cara implodia, entrava no banheiro vermelho bufando, lavava o rosto e voltava pra ser mais xingado, dava pena, e era normal.
Homens negros mais velhos não sei, lá não tinha.
Mulheres, total desprezo.
Por fim, homens negros e jovens eram o alvo. O assédio era moral e sexual. Encoxada e mão boba toda hora. Presenciei inúmeras situações em que o rapaz baiano da montagem levava um xingo e uma dedada no rabo na frente das pessoas que nada faziam – eu, inclusive – e, ele achava que “fazia parte”.
Comigo não tinha papo, mas também não tinha assédio. Eu achava que era uma troca justa. “Podia ser pior”, pensava. Ser ignorado por ele era privilégio.
Até que, um dia – ainda durante o meu primeiro mês na montagem – ao final do expediente, fui ao banheiro que era aos funcionários e dei de cara com Emanoel Araujo de saída.
Ele me vê e para na porta.
Ok, “segue o jogo”, pensei. “É só ignorar e passar”.
Mas, dessa vez foi diferente: ele se colocou na minha frente, obstruindo a passagem. Desviei e ele deu um passo pro mesmo lado. Fui desviar de novo e a mesma coisa.
Até que, ele me segura pela cintura, me põe contra parede, encosta a barriga dele na minha e vem chegando com o rosto perto do meu.
Pois é, chegou minha vez.
No instinto eu o empurrei e xinguei. Não sei ao certo o que disse, mas guardei o “cê ta louco” e o “vai tomar no cú”. Em resposta, ele começou a me xingar e berrar muito mais alto pedindo por socorro. Invertendo a situação.
Umas quatro pessoas da equipe chegaram correndo. Uns o afastaram rapidamente dali e outros me puxaram em direção oposta.
Eu estava com raiva, nessa hora mais pelo sentimento de injustiça e tentava explicar para aquelas pessoas que ele havia me atacado e não o contrário. Pra minha surpresa nessa hora tudo que eu ouvia era “sim, sim a gente sabe… tá bom, tá bom… é, eu sei…”. Ou seja, mesmo sem terem presenciado a agressão, eles sabiam perfeitamente o que estava acontecendo ali. Certamente, estavam habituados a gerenciar uma crise aquela.
Alguns minutos depois, enquanto eu ouvia ele berrar da sala dele, veio o assessor dele – o cara que implodia sua raiva no banheiro – e disse: “então, o Emanoel pediu pra dispensá-lo, ta?”.
Eu, na minha juventude macha falei algo do tipo: “não precisa… eu mesmo me demito dessa merda! E nunca mais piso aqui, na casa desse véio tarado!” E saí pisando duro, cheio de marra e, de fato, nunca mais voltei lá.
Eu tinha 21 anos, uma família bem estruturada, estava estudando, era mais alto que o Emanoel. Tive estrutura física, financeira e emocional pra não ceder ao assédio. E o baiano? E quem está lá hoje, agora?
Essa é uma história que algumas das pessoas muitos próximas a mim nunca ouviram. Por que não contei? Vergonha? Pelo contrário, eu fui machão e empurrei o cara, ué! Que dano sofri? Perdi o emprego, mas nem era o que eu queria. Poderia ter processado? A estúpida satisfação por ter honrado minha masculinidade era grande demais pra eu ter pensado nisso.
Enfim, de algum modo traduzi tudo como uma passagem tão insignificante na minha vida que eu simplesmente me esqueci, quase que completamente.
Quase, porque por muitos anos, quando eu passava em frente do museu nas idas ao parque Ibirapuera, me sentia incomodado. E depois de pensar uns 5 segundos terminava localizando esse sentimento estranho naquele episódio. 5 segundos depois, já esquecia.
Hoje, passados mais de dez anos, passei a entender o buraco social que omissões como a minha causam quando, em novembro deste ano, li o relato em que um assistente de produção de Kevin Spacey o denunciava por assédio sexual. Entendi que não falar sobre isto é um direito que tenho, sem dúvida. Mas, mais do que isso, passei a entender que se falasse, eu cumpriria um dever social, um ato de cidadania porque, esse caso, nem é de mim que se trata. Dentre outras tantas histórias nojentas que devem existir sobre Emanoel, a minha é a de menos.
O que de fato importa é o posicionamento diante da opressão, pra negá-la e, quem sabe, contribuir para que outros não passem por isso. Eu não sou o único, recentemente surgiram relatos semelhantes ao meu, todos de jovens negros ex-funcionários do museu.
A primeira vez que pensei em escrever sobre – foi em novembro – hesitei. Mas ver esse abusador todo cheio de soberba, pagando de porta-voz do povo negro no Roda Viva dessa semana, agredindo e desqualificando pessoas que não estavam lá pra se defender... Aí foi demais!
Cá estou.
E por que eu não falei antes?
Eu estava lidando com essa ideia do tal “fogo amigo”.
Eu estava pensando em como separar e preservar o grande legado desse ser humano desprezível. Eu sinceramente não sei se isso é válido, continuo com dúvidas.
Eu estava pensando em como escrever que o artista negro que tem o maior acervo negro da América Latina é um abusador. Eu estava pensando em como fazer isso sem manchar a importância do museu e de tanta gente competente e comprometida que lá trabalham. Ainda não sei.
O fato é que eu acabei escrevendo sobre isso agora, mesmo sabendo que, talvez, este e outros relatos sejam um prato cheio pra essa mídia hegemônica branca tripudiar em cima do que o Museu Afro Brasil representa. Sei que há o risco de esses relatos, na mão desses veículos, reforçar aquele mito do auto-ódio do negro contra negro.
Eu sei disso tudo.
Mas sei também que nossa luta está acima.
Nossos passos vêm de longe e resistimos, com dignidade, entre os dignos.
Apenas entre os dignos. Pois capitães do mato que abusam do poder pra subir às custas de outros pretos e fazer graça com a casa grande, não tem alívio.
Somos maiores.

EMANOEL ARAUJO: ABUSADOR COM SALVO CONDUTO A NOS EVOCAR MEMÓRIAS DE CAPITÃES DO MATO.
Talvez minha experiência de 5 anos no Museu Afro Brasil tenha sido uma das coisas que mais tenha me embasado com instrumentos para que eu combatesse o racismo movendo-se em meio a ações de pessoas brancas e negras, por muitas razões: primeiro por abrir caminho para que eu reconhecesse um processo de afirmação e auto valorização, com o apoio das muitas referências positivas de negritude que há naquele acervo, também há um peso grande na troca com outrxs educadorxs, sem as quais quase nada teria aprendido, depois ainda, por ter sido lá um dos lugares onde exercitei a liberdade de me desenhar o humano, o negro que desejo ser, sem acatar aos assanhos atávicos de outrxs negrxs que tentavam definir como eu deveria ser, vestir, pensar, agir, produzir…obedecer.
Aprendi a ler e a barrar os muitos assédios e abusos cometidos pelo diretor/curador Emanoel Araújo e outras pessoas que gravitam, carniceiramente em torno de seu campo de influência. Na instituição assisti incrédulo (só por um tempo, depois passei a acreditar) as contradições de seu diretor, que por 15 anos se escuda na missão do museu para encobrir sua falta de caráter, suas inclinações ao abuso psicológico e ao assédio moral e sexual que pouco ou nunca foram publicidados por conta de questões que o ativismo negro ainda não sabe manejar:
Como agir quando o abusador é negrx? como criar um debate que não incorra no prejuizo dos diversos projetos desenhados pela negrutude, que em algumas instância se ancoram em certos concensos, como a ideia de que negrxs não perpetram o racismo. Pois bem, entre nós, e em muitas iniciativas por nós valorizadas há contradições.
Para muitos foi demandado acatar o trabalho irregular, ilegal, não levar para a justiça as exposição em situações de CLARO assédio moral, psicológico ou sexual. Sobre tudo isso joga-se uma cortina de fumaça dentro da qual torna-se contra producente qualquer investida contra as irregularidades da instituição, como resumo do quadro, temos a situação em que pleitear o respeito aos direitos trabalhistas dentro da instituição soam, contraditoriamente, como um ato avesso a negritude valorizada pelo projeto.
Emanoel Araujo se investe do poder conferido por sua posição de prestígio e do respaldo coletivo que recebe através da instituição em seu proveito pessoal, é atrás dessa cortina que o mesmo encobre as encoxadas, as passadas de mão, os dizeres invazivos, as ameaças de demissão sem causa justificável, as vexações contra as equipes de profissionais que trabalham na instituição. Aconteceu inúmeras vezes comigo, presenciei inúmeras vezes com outrxs. Muitas foram as situações em que seus abusos foram protegidos por sua idade, "não ligue, não o incomode, ele é um idoso... é o jeito dele" ou por sua relevância como figura pública "ele é uma figura importante, não ofusque a imagem dele, isso seria um dano para todxs nós negrxs".
No programa roda viva desta semana ele expõe uma pessoa, que como ele, muito contribuiu para o avanço dos debates sobre as questões raciais no Brasil, por sinal minha irmã Renata Felinto. Nas entrelinhas e com o avanço dos entendimentos que hoje temos sobre questões de gênero e raça o que o mesmo reclama a si e ao museu é o poder de abusar de trabalhadorxs em prol de uma missão.
Eu também processei o museu, e não fomos apenas nós os que dissemos chega!
A emancipação se faz desde dentro, contra o julgo de qualquer pessoa que se valha de seu poder para oprimir, quer seja branco quer seja negro.
OBS, ainda no mesmo programa o mesmo afirma ser impossível encontrar artístas contemporâneas negras, jogando no lixo uma das poucas oportunidades que se abrem na tv para que apresentemos as mulheres que estão pautando muito do que de mais importante se conversa nos movimentos sociais. Que Perfeito psdbista.
Hollywood tb está aqui.

Um comentário:

  1. Que escândalo!
    Não pensei de viver para ler algo tão sério sobre Emanuel Araujo.

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