Os prédios que violaram o skyline do Rio
Rogério Daflon
O que é skyline, ou “linha do céu” em inglês? O arquiteto Luiz Fernando Janot, conselheiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro, explica com um exemplo essa marca característica das grandes cidades. E o melhor exemplo do Rio de Janeiro, na visão dele, é olhar, com o pé na areia da enseada de Botafogo, para os prédios do outro lado da avenida. “Olhando essa massa de cimento armado, flagra-se um skyline onde o concreto se sobrepõe à natureza, traduzida pela sinuosidade das montanhas logo atrás das edificações”, diz ele.
“Paris não tem montanhas, São Paulo também não. Então o skyline nessas capitais é limitado pelo contorno dos pontos mais altos dos edifícios. O skyline é o perfil das cidades”, diz o arquiteto. Cuidar desse skyline, portanto, é fundamental. E a palavra mágica para entender a agressão ao perfil da cidade é o “gabarito”, o tamanho máximo que um prédio pode crescer, de acordo com a legislação, a Lei de Zoneamento ou decretos de exceção que são muito comuns no Brasil.
“O skyline é desrespeitado em várias cidades brasileiras. Levá-lo em conta, tomar cuidado com o gabarito dos prédios, é fundamental para que não aconteça algo como em Balneário Camboriú”, acrescenta Janot, lembrando o município em Santa Catarina cuja praia, hoje, tem mais sombra do que de sol devido ao paredão formado por grandes edifícios. Apenas este ano, Camboriú deixou de ser a cidade com o maior prédio do país. Na orla, esse gigante mede 177 metros e tem 46 pavimentos. Foi desbancado por um prédio de Goiânia, de 190 metros.
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