sábado, 25 de novembro de 2023

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Conder vai recobrir de vegetação toda a encosta do Santo Antônio

Termo de compromisso foi firmado entre a Companhia e o Iphan prevendo solução inovadora para garantir a preservação de vidas e da paisagem tombada como patrimônio histórico





A encosta da Vila Capistrano foi planejada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) para resolver um problema histórico na região da falha geográfica de Salvador, na altura do largo do Santo Antônio. O local já registrou ao menos três deslizamentos nos últimos 15 anos e, desde 2016, conta com sensor prisma e sirene da defesa civil do município para emitir alertas e poupar vidas.

Buscando uma solução permanente para o local, o Governo do Estado iniciou a contenção do talude em 2020. Além do frontispício da cidade, os casarões da rua Direita do Santo Antônio também são patrimonializados. As construções reconhecidas pela Unesco enquanto patrimônio da humanidade estavam sob sério risco de desabamento, com duas ocorrências de deslizamentos que afetaram seus quintais.  

O presidente da Conder, Zé Trindade, explica que a área, tombada pelo patrimônio histórico nacional, não terá sua paisagem descaracterizada. “Conder e IPHAN vêm discutindo tecnicamente a questão ao longo deste ano com auxílio de profissionais da área da geotecnia e paisagismo. A partir desse diálogo, chegamos a um termo de compromisso que foi assinado esse mês. Assim como a solução de engenharia para estabilizar a encosta será múltipla - contemplando as técnicas de cortina atirantada e solo grampeado - também serão utilizadas diversas técnicas de paisagismo para garantir um revestimento verde em toda a extensão do talude”, afirmou Trindade. 

As áreas mais instáveis da encosta já foram executadas devido à urgência de estabilizá-las. Elas estão na altura do largo de Santo Antônio - onde foi aplicado solo grampeado com revestimento em concreto - e imediatamente nos fundos dos casarões da rua Direita do Santo Antônio - onde a solução foi a cortina atirantada.  

Em ambos, os painéis de concreto serão totalmente ocultados por revestimento verde composto por geomanta de polipropileno reforçada com tela de arame e o plantio de espécies nativas de gramíneas, trepadeiras e leguminosas. No trecho contíguo ao largo, pequenas perfurações no concreto vão permitir o enraizamento de trepadeiras que crescerão ao longo da tela de arame garantindo o recobrimento de toda a superfície já concretada.  

Nas áreas ainda não executadas, a solução de solo grampeado verde será adotada desde o princípio - o que é possível devido à maior estabilidade. Lá será possível também realizar o plantio de espécies arbóreas. O peso da vegetação será suportado sem problemas graças ao grampeamento do solo, etapa que a Conder também já iniciou.   

Adriana Luz, coordenadora de Prevenção à desastres Naturais da Conder, explica que a técnica de solo grampeado verde é adotada pela empresa em diversas contenções de encosta, mas requer cautela pois a área fica mais suscetível à ocupação irregular da área, ao contrário do concreto. “No caso da encosta do Santo Antônio, o local já foi desocupado pelo Governo do Estado e as famílias devem ser reassentadas em habitações a serem construídas na parte de baixo do talude. Mas o risco de nova ocupação existe e deve ser fiscalizado de perto”, explicou Adriana. 

A Conder inscreveu mais de 190 obras de contenção de encostas no novo PAC do Governo Federal, obras que vão garantir dignidade e salvar vidas em mais de 50 municípios baianos. 

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