De acordo com dados divulgados pela Rede de Observatórios da Segurança, nesta quinta-feira, 16, a Bahia foi o estado que registrou o maior número de mortes em ações de agentes de segurança desde 2015. Os dados confirmam o duplo padrão do PT de Lula, que ataca o governo de São Paulo em razão de operações policiais, mas governa há 17 anos o estado que mais mata no país.
A pesquisa intitulada “Pele Alvo: A cor da violência policial” comparou os dados de outros sete estados, que também foram analisados no mesmo período.
Segundo o levantamento, a cada 24 horas, quatro pessoas são mortas pela força policial na Bahia, estado do governador petista Jerônimo Rodrigues. Além disso, a pesquisa revela que houve um aumento de 300% no número de óbitos em ações policiais em comparação com o ano de 2015.
Os números apresentados pelo Observatório da Segurança mostram que em 2015 foram registradas 354 mortes pela polícia, enquanto em 2022 esse número saltou para 1.465. Dentre essas vítimas, 94,76% eram pessoas negras e 74,21% tinham entre 18 e 29 anos.
Em entrevista para o G1, Marcos Rezende, historiador e especialista em segurança pública, ressaltou que o combate à violência pode ser solucionado por meio de investimentos em promoção de direitos, educação, saúde, garantia de emprego e renda, além do incentivo à cultura e ao esporte. Ele ainda enfatizou que a falta de oportunidades para mudar a realidade das vidas dos jovens negros faz com que muitos encontrem nas organizações criminosas o único lugar de emancipação, mesmo que isso ocorra por meio da coerção. Segundo ele, o Estado está falhando em oferecer respostas concretas para esse problema.
Além da Bahia, outros estados também foram analisados na pesquisa, como Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. A cidade de Salvador registrou a morte de 438 pessoas em 2022, enquanto em Camaçari foram 43 vítimas em ações policiais no mesmo período. Em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, ocorreram 86 mortes no ano passado.
Diante desses dados alarmantes, a Rede de Observatórios vai promover uma mesa de debate ainda hoje, no Auditório Milton Santos do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/UFBA), com o objetivo de discutir o assunto com a população e buscar soluções para essa problemática.
A Bahia tem enfrentado uma onda de violência desde setembro. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, apenas na cidade de Salvador e região metropolitana, mais de 70 mortes ocorreram durante ações policiais em setembro de 2023, geralmente em áreas periféricas.
De acordo com a polícia, as vítimas estavam predominantemente ligadas a facções criminosas ou eram suspeitas de crimes graves.
Vale sempre relembrar a fala do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e ex-governador da Bahia, em setembro, ao ser questionado sobre a violência no estado.
Durante uma coletiva de imprensa, o jornalista diz: “Ministro, só a última pergunta, sobre a violência na Bahia. Subiu para 7 o número de mortos…”. Neste momento, ele é interrompido pelo ministro de Lula.
“Hoje é PAC”, responde o ministro. O repórter insiste: “Não, ministro, mas o senhor foi governador, ministro…”. Rui Costa se vira, dando as coisas, e diz: “Fui”.
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