segunda-feira, 13 de novembro de 2023

A VALE, DE NOVO!

 Problema de estabilidade interdita estruturas da Vale em Mariana; MP investiga

Por Fernando Zuba, Rodrigo Salgado, g1 Minas — Belo Horizonte

Dique Permanente I, em Mariana. — Foto: Marcelo Rosa/Vale

Dique Permanente I, em Mariana. — Foto: Marcelo Rosa/Vale

Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou inquérito para investigar a interdição de três estruturas da Vale pela Agência Nacional de Mineração (ANM) em Mariana, Região Central, na última sexta-feira (10). O fechamento foi ordenado por problemas de estabilidade.

De acordo com a ANM, três estruturas foram interditadas após detecção de problemas na estabilidade física e nos sistemas de drenagem, todas na Mina da Fábrica Nova. São elas:

  • Pilhas de Estéril (PDE) Permanente I
  • Permanente II
  • União Vertente Santa Rita

Nos documentos, a agência classifica a situação das estruturas como em "risco iminente".

A estimativa é que 295 pessoas vivam na área que fica abaixo das pilhas de estéril e que podem ser atingidas em caso de acidente ou rompimento — a chamada zona de autossalvamento (ZAS). Essa população vive no distrito de Santa Rita Durão.

Ainda segundo a ANM, esses problemas na estrutura podem ocasionar incidentes semelhantes ao que atingiu o dique da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na Grande BHEm janeiro de 2022, a estrutura transbordou e o material se espalhou pela BR-040.

"Se o mesmo ocorrer nestas estruturas, não teremos um problema com uma rodovia e sim com 295 pessoas residentes na ZAS", diz o trecho do texto.

Localização das estruturas interditadas — Foto: ANM/Reprodução

Localização das estruturas interditadas — Foto: ANM/Reprodução

Fiscalização nesta tarde

Na tarde desta segunda-feira (13), a Defesa Civil de Mariana, a Defesa Civil Estadual, o MPMG, a ANM e a Fundação de Meio Ambiente de Minas Gerais farão uma fiscalização conjunta das estruturas.

A decisão de retirar ou não os moradores de casa será tomada após essa vistoria. Até o momento, todos seguem em nas residências.

O laudo foi feito por uma empresa terceirizada em 2020 e protocolado em setembro deste ano. As instituições verificarão se a estrutura continua da mesma forma.

Para retomar as atividades, a Vale precisará apresentar um laudo de estabilidade para os órgãos fiscalizadores.

Em nota, a Vale confirmou a interdição e diz que acompanhará as vistorias agendadas para esta segunda-feira. Diz, ainda, que "as estruturas geotécnicas da companhia são vistoriadas frequentemente pela agência reguladora e monitoradas permanentemente por equipe técnica especializada".

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