sábado, 13 de dezembro de 2025

HISTÓRIA DA ELEFANTA...

 ...QUE COSTUMA PARIR CAMUNDONGOS


Mas o IPHAN ficou mudo e surdo. Como de costume.

Em novembro passado a Fundação Mário Leal Ferreira, após gestação de cinco anos, apresentou um projeto de revitalização de parte do Comércio. Aquela que começa no largo Marechal Deodoro e termina na Igreja do Pilar.

Este espaço guarda importantes marcas da história do porto. Numa ponta, o Mercado do Ouro, parcialmente descaracterizado ao destruir o centro comercial interior, comprado ou alugado desde 2007 por Carlinhos Brown que, em 2023 tinha uma dívida de mais de meio milhão em IPTU. Continua recebendo o aluguel dos dois últimos espaços comerciais do edifício? Tem anos que o Mercado de Ouro não recebe a mínima manutenção. Pode ruir a qualquer momento.

Na outra ponta o Trapiche Barnabé em boa parte restaurado após vinte anos de total dedicação pelo cineasta Bernard Attal, com recursos próprios e sem o mínimo apoio nem do Estado, nem da prefeitura.

Hoje o Mercado do Ouro está fechado, sem previsão de recuperação, enquanto o Trapiche Barnabé passou a ser o mais novo xodó de Salvador. Além de apresentar o Buena Vista Social Club e a montagem teatral “Depois do julgamento” com Wagner Moura a partir de uma obra de Ibsen e um simpósio do Ministério Público, a lista de eventos fazem desta parte do Comércio uma dos mais dinâmicas de Salvador. E não só: em consequência, a Igreja do Pilar começou a celebrar casamentos da melhor sociedade baiana.

No seminário organizado pelo dito órgão para apresentar mais um projeto revolucionário na área dita “do Pilar” não foi esquecido de convidar o Carlinhos Brown que, afirmam os moradores da área, “ fala muito, mas não faz nada”, mas não se lembraram de saber se o Bernard Attal, que conhece a problemática da área como poucos, tinha alguma sugestão para acrescentar. Você pode me explique o porquê desta omissão. Indiferença ao brilhante trabalho executado? Inveja? Xenofobia? Talvez um milk-shake destes ingredientes.

Chegou o momento de fazer a pergunta que incomoda: Afinal, a digníssima senhora que preside as decisões da FMLF e está com as rédeas do poder desde 2013, tem cargo vitalício?

A FMLF nunca brilhou pela excelência de suas realizações. Inesquecível o sarcófago nas imediações da Igreja da Conceição da Praia, cuja utilidade ainda ninguém adivinhou e, pelos boatos, está agora a venda. Também desta administração a derrubada do terminal do Aquidabã, projeto arrojado pela contemporaneidade de dois excelentes arquitetos, substituído por uma quadra e cinco pontos comerciais que nem sanitário possuem. E os moradores de rua continuam acampando sem qualquer assistência por parte da prefeitura. Talvez do mesmo órgão os curiosos chalés suíços que hora ocupam a Praça da Sé, sem a mínima conexão com o conjunto arquitetônico.

Até onde vai a avacalhação...

 Dimitri Ganzelevitch

A Tarde, sábado 13 de dezembro 2025

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

QUE HISTÓRIA É ESSA, PORCHAT?

 Minha Vida de Jasmim, que história é essa, Porchat?

Paulo Ormindo de Azevedo



A Bahia tem um visgo que sempre agarrou andarilhos loucos e geniais que por aqui passaram, como na década de 1940, o francês Pierre Verger, fotografo e antropólogo, o ítalo/argentino Carybé, desenhista e pintor. A convite de Edgar Santos para ensinar na sua recém criada UFBA viveram na Bahia, a partir dos anos 50, músicos alemães e suíços, como Koellreutter, Widmer, Smetak, Pierre Klose e Sebastian Benda e a dançarina polonesa Yanka Rudzka, que deram grande contribuição à cultura baiana e brasileira.

No início da década de 1960 a Bahia fisgou o filósofo português Agostinho da Silva e a Arquiteta italiana Lina Bo Bardi. Grandes escritores internacionais, como o casal Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir e o argelino Albert Camus visitaram a Bahia a convite de Jorge Amado, mas só de passagem. Faltava a contribuição de um escritor galego, como carinhosamente se diz aqui, para interpretar a Bahia com olhos de estrangeiro.

Já não falta. Dimitri Ganzelevitch nascido em Rabat, no Marrocos, descendente de família francesa, por parte de mãe, e de judeus russos, por parte de pai, visitou Salvador em 1971, se apaixonou por seu povo, e quatro anos depois resolveu morar aqui.

Ele cresceu em Casablanca, Madri, Lisboa, Paris, Londres e viajou por toda Europa, Oriente Médio, África e América Latina. Essa experiência de vida já dava a ele uma condição especial como escritor. Se juntarmos a isso seu caráter boémio, degustador da culinária, dos vinhos, tequilas e aguardentes locais por onde viveu e vagamundeou, e sua paixão por descrever essas experiências em seu diário fazem dele um cronista nato.

Ele chegou de mansinho, colocou sua banca de marchant no Mercado Modelo e ficou em surdina. Cinquenta anos depois lança um livro primoroso. Este é seu primeiro livro de crônicas, selecionadas por ele próprio e pelo amigo e cineasta Bernard Attal, comemorativo de seus 50 anos de Bahia e 89 anos de vida, bem vivida. Ele já havia publicado outro livro, em 2021, onde revelava seus dotes como fotógrafo registrando o colorido dos carrinhos de café que circulam nos terminais de transporte da cidade. Suas crônicas inéditas garimpadas por outros editores podem se transformar em muitos outros livros.

Não me recordo quando o conheci, mas estreitei laços de amizade e admiração ao ler suas crônicas no Jornal A Tarde, onde também tenho uma coluna aos domingos. Passei a incentivá-lo a reunir suas melhores crônicas num livro, que perenizasse sua veia literária, apesar de ele modestamente dizer que não tinham grande valor. Quando finalmente decidiu publicar retribuiu generosamente meu gesto dedicando o libro a mim e a dois outros colaboradores que viabilizaram sua realização.

Minha Vida de Jasmim, primorosamente editado pela Editora Azeviche, é um livro auto biográfico e de memórias que segue um roteiro semelhante a On the road, do estadunidense Jack Kerouac. Morando em Santo Antônio Além do Carmo, ele incorporou um delicioso linguajar baiano compondo um caleidoscópio de 78 crônicas ao mesmo tempo poéticas e irônicas de vivências internacionais e do cotidiano baiano.

Sua viagem começa na Lisboa de Amália Rodrigues e segue pela Inglaterra, Turquia, Egito, França, Síria, Espanha e América Latina até fundear na Bahia. A partir desse ponto o livro é uma sequência de encantamentos com a flora, a fauna e a população local e de episódios hilários vividos por ele na terrinha. Esse estranhamento da cultura local faz dele um revelador de facetas de nossa cultura que nós mesmos desconhecíamos, narradas de forma coloquial e leve.

Por que a Soterópolis? Esta é a grande pergunta que ele próprio e seus amigos fazem. Carybé e Verger foram capturados por Anísio Teixeira. Ele foi capturado ao ouvir um LP de Dorival Caymmi e se encantar com sua música. Um tio que trabalhava para a ONU, no Rio de Janeiro o convidou, em 1971, para participar do carnaval carioca e com uma amiga veio estendeu a viagem a Salvador onde conheceu Caymmi na casa de Jorge Amado. Quatro anos mais tarde resolveu morar na Bahia.

Este é um lançamento para o grande público. No último dia 26 de julho, foi feito outro para um pequeno grupo de amigos, no mini anfiteatro de sua casa, em Santo Antônio Além Carmo, debruçado sobre a baía, ao pôr de sol de um sábado, foi feita a dramatização de algumas de suas crônicas pelos atores Marcelo Flores, Rita Rocha e Igor Epifânio. Foi um evento lindíssimo, como este realizado na prestigiosa Libraria Escariz, à altura de seu livro, que é um candidato natural ao prêmio Jabuti.

 

Shopping Barra, 11/12/2025

 

 

 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

VIVALDI: UM GRANDE MOMENTO

UM HOMEM DE BENS

 

Veja fotos da fazenda de R$ 15 milhões comprada por senador

Valor da fazenda é mais do que o triplo do patrimônio declarado pelo senador Weverton nas eleições de 2022

Reprodução
Sede da fazenda de R$ 15 milhões do senador Weverton

A fazenda de R$ 15 milhões recém-adquirida pelo senador Weverton (PDT-MA) é cortada por um igarapé e tem um casarão de dois andares e uma área equivalente a 2 mil campos de futebol. A propriedade fica em Matões do Norte, município no interior do Maranhão. Logo ao lado do imóvel, o parlamentar construiu uma pista de pouso. Confira imagens:

Veja fotos da fazenda de R$ 15 milhões comprada por senador - destaque galeria
4 imagens
Senador construiu pista de pouso ao lado da fazenda de R$ 15 milhões
Senador construiu pista de pouso ao lado da fazenda de R$ 15 milhões
Sede da fazenda de R$ 15 milhões do senador Weverton

Weverton é vice-líder do governo Lula no Senado e, atualmente, relator da indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF). O valor da fazenda é mais do que o triplo declarado por ele nas eleições de 2022.

Uma série de reportagens publicada pela coluna revela também ligações do senador e de seu entorno com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS. Os dois compartilham o uso, por exemplo, de uma mesma aeronave  que, no papel, pertence a um representante do empresário. O Careca do INSS é acusado de operar esquema de fraude na aposentadoria de segurados do INSS.

Veja fotos da fazenda de R$ 15 milhões comprada por senador - destaque galeria
5 imagens
Senador Weverton (PDT) desembarca em Brasília, no dia 1º/9/2025, em avião particular; mesma aeronave também já foi usada pelo Careca do INSS
Senador Weverton (PDT) desembarca em Brasília, no dia 1º/9/2025, em avião particular; mesma aeronave também já foi usada pelo Careca do INSS
Senador Weverton (PDT-MA) pousa em Brasília em 15/9/2025 após retornar do Maranhão em avião particular
Senador Weverton (PDT) desembarca em Brasília, no dia 1º/9/2025, em avião particular; mesma aeronave também já foi usada pelo Careca do INSS

Senador pagou R$ 140 mil só em impostos para transferir fazenda

A coluna teve acesso à escritura que registra a compra e venda de uma parte da fazenda, no valor de R$ 7 milhões, em setembro de 2024. A área negociada é de 837 hectares. A compra foi realizada pela DJ Agropecuária, Comércio e Prestação de Serviços Ltda, que pertence ao senador. O documento diz ainda que a quitação ocorreu por meio de transferência bancária. Só de ITBI, imposto pago na transmissão de bens imóveis, Weverton pagou mais R$ 140 mil.

O restante da fazenda será escriturada conforme os pagamentos forem realizados.

Nas eleições de 2022, quando disputou o governo do Maranhão, Weverton declarou ter um patrimônio de R$ 4,2 milhões, incluindo R$ 500 mil em espécie. A fazenda, portanto, custou 257% a mais que todos os bens do político.

Em nota, Weverton afirmou que “todas as minhas atividades econômicas e empresariais estão, e estarão, devidamente declaradas nas minhas declarações anuais de renda ou das empresas das quais faço parte, dentro da lógica financeira e legalidade fiscal”.

Administrador de empresa de senador foi contador do Careca do INSS

A DJ Agropecuária Comércio e Prestação de Serviços Ltda tem capital social de R$ 10 mil, sendo 20% em nome do Weverton e 80% em nome da Rocha Holding Patrimonial Ltda, uma holding familiar do senador.

 VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.fotoSenador Weverton Rocha PDT-MA na portaria do Ministério das Comunicações - Metrópoles
Senador Weverton (PDT-MA)

No papel, a DJ Agropecuária é administrada por Rodrigo Martins Correa, de 40 anos, contador que também era responsável pelas empresas do Careca do INSS. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo Metrópoles.

Rodrigo Correa também é um dos donos da Voga, firma suspeita de operar empresas usadas para lavar dinheiro da Farra do INSS.

Senador também comprou apartamento em bairro nobre de São Paulo

Em abril deste ano, sete meses depois de concluir a compra de uma parte da fazenda, o senador adquiriu novo bem: um apartamento de R$ 1,2 milhão no Jardim Paulista, bairro nobre de São Paulo. O imóvel tem área de 250 metros quadrados e foi comprado em três parcelas, sendo uma inicial de R$ 300 mil e outras duas de R$ 450 mil, de acordo com a escritura.

Como senador, Weverton tem salário de R$ 46.366,19 brutos, o equivalente a R$ 29.170,24 líquidos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

UM PINTOR ARGELINO

 As part of its 2025 season, the Petit Palais welcomes Bilal Hamdad, a painter whose works explore urban solitude through Parisian scenes.


A graduate of the Beaux-Arts de Sidi Bel Abbes in 2010 and the Beaux-Arts de Paris in 2018, he is known for his large-scale oil paintings, often inspired by live photographs. His paintings feature solitary, anonymous figures, creating a striking contrast with the hustle and bustle of the city.

The exhibition at the Petit Palais brings together some twenty of his works, including two new ones created for the occasion, and establishes a dialogue with the museum's permanent collections. 


Bilal Hamdad draws his inspiration from great masters such as Rubens, Manet and Courbet, incorporating subtle references to their works into his own creations. 


For example, his painting Miroir des Astres (2024) borrows from Baroque aesthetics, while Sérénité d'une ombre (2024) echoes Manet's still life.


The exhibition invites visitors to take a fresh look at the Petit Palais collections and explore the paradoxes of our times through the work of Bilal Hamdad.


An exhibition organised with the support of Galerie Templon.

ANTES DOS QUATRO ANOS !!!

 

Antes dos 4 anos, garoto cria sistema próprio de reciclagem, transforma a coleta doméstica em empresa que já desviou mais de 1 milhão de quilos de resíduos dos aterros e passou a faturar alto com lixo urbano nos Estados Unidos

Escrito porDébora Araújo
Publicado em08/12/2025 
Antes dos 4 anos, garoto cria sistema próprio de reciclagem, transforma a coleta doméstica em empresa que já desviou mais de 1 milhão de quilos de resíduos dos aterros e passou a faturar alto com lixo urbano nos Estados Unidos
Antes dos 4 anos, garoto cria sistema próprio de reciclagem, transforma a coleta doméstica em empresa que já desviou mais de 1 milhão de quilos de resíduos dos aterros e passou a faturar alto com lixo urbano nos Estados Unidos
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Antes dos 4 anos, Ryan Hickman criou um sistema de reciclagem que virou empresa, ultrapassou 1 milhão de quilos reciclados e transformou lixo urbano em faturamento real nos EUA.

Em 2012, aos 3 anos de idade, um menino da Califórnia começou a fazer algo que parecia apenas brincadeira de criança: separar latinhas, garrafas plásticas e papelão na garagem de casa. Poucos anos depois, aquela rotina se transformaria em uma operação real de reciclagem urbana, com metas, contratos, logística, faturamento e impacto ambiental mensurável. O nome desse garoto é Ryan Hickman, fundador da empresa Ryan’s Recycling Company, hoje reconhecida como um dos casos mais impressionantes de empreendedorismo ambiental juvenil dos Estados Unidos.

O que começou como curiosidade infantil virou um sistema contínuo de coleta, triagem e destinação de resíduos que já ultrapassou a marca de 1 milhão de quilos de materiais reciclados ao longo da operação. O impacto desse volume é direto: menos plástico em rios, menos alumínio em aterros, menos papel desperdiçado e mais matéria-prima retornando à cadeia produtiva.

Como uma garagem virou centro de triagem de resíduos

A história começa quando Ryan visita um centro de reciclagem com o pai e percebe que as pessoas eram pagas pelo lixo que levavam para reciclar. A palavra “lixo” ganhou outro significado naquele momento. Ao entender que aquilo que era jogado fora tinha valor econômico, Ryan passou a recolher resíduos nas casas vizinhas, em eventos locais e em comércios próximos. Em pouco tempo, a garagem da família foi convertida em um ponto de triagem informal, onde ele separava manualmente:—O 


  • alumínio;
  • plástico PET;
  • papelão;
  • vidro;
  • embalagens mistas.

O passo seguinte foi transformar a atividade em empresa. Ainda criança, Ryan passou a emitir recibos, agendar coletas, organizar rotas e acompanhar a pesagem do material nos centros de reciclagem. O que antes era apenas separação doméstica virou operação logística de microescala, com rotinas semanais e crescimento contínuo.

A marca de 1 milhão de quilos reciclados e o impacto ambiental real
Ultrapassar 1 milhão de quilos de materiais reciclados não é um número simbólico. Do ponto de vista ambiental, essa quantidade representa:
  • centenas de milhares de quilos de alumínio que deixaram de ser extraídos da bauxita;
  • economia de energia elétrica industrial em larga escala;
  • redução direta na emissão de gases de efeito estufa;
  • menor pressão sobre aterros sanitários urbanos.

Cada quilo de alumínio reciclado, por exemplo, economiza até 95% da energia necessária para produzir alumínio primário. Isso significa que a operação iniciada por Ryan contribuiu, ao longo dos anos, para uma economia energética da ordem de dezenas de milhões de megajoules, além da preservação indireta de recursos naturais.

Do projeto infantil à empresa formal de reciclagem

Com o crescimento da demanda, a garagem deixou de comportar o volume. A Ryan’s Recycling Company passou a operar com:

  • pontos fixos de coleta;
  • clientes residenciais recorrentes;
  • escolas;
  • igrejas;
  • pequenos comércios;
  • eventos comunitários.

Ryan assumiu papel de liderança simbólica enquanto os pais estruturavam a empresa juridicamente. A arrecadação gerada com a venda dos recicláveis passou a ser usada tanto para sustentar a operação quanto para financiar projetos educacionais voltados à conscientização ambiental.

A empresa passou a atuar também com programas educativos em escolas, mostrando às crianças, na prática, que o lixo tem valor econômico e pode ser transformado em receita.

Quanto a reciclagem de Ryan passou a faturar

Embora a família nunca tenha divulgado valores exatos de faturamento como uma empresa de capital aberto, dados públicos de entrevistas e reportagens indicam que a empresa passou a movimentar dezenas de milhares de dólares por ano, especialmente após alcançar contratos recorrentes de coleta em larga escala. O faturamento vem principalmente de:

  • venda de alumínio prensado;
  • plástico PET separado por tipo;
  • papelão compactado;
  • contratos educacionais;
  • eventos patrocinados.

Isso transforma a operação de Ryan em algo muito além de um projeto social. Trata-se de uma microindústria da reciclagem, financeiramente viável, sustentável no tempo e com crescimento orgânico.

A matemática da reciclagem: quando lixo vira dinheiro

No mercado americano, a reciclagem paga em média:

  • alumínio: valores variáveis por libra, conforme cotação;
  • plástico PET: valores por tonelada conforme pureza;
  • papelão: preço por fardo conforme demanda industrial.
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Ao lidar com centenas de quilos por semana, a operação gera receita suficiente para manter:

  • equipamentos de prensagem;
  • estrutura de transporte;
  • aluguel de espaço;
  • materiais de triagem;
  • iniciativas educacionais.

A lógica econômica por trás disso é simples: a indústria precisa de matéria-prima reciclada para reduzir custos energéticos e cumprir metas ambientais cada vez mais rígidas. Ryan apenas ocupou, ainda criança, um espaço que já existia no mercado.

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O efeito educacional que multiplicou a operação

Um dos maiores diferenciais da Ryan’s Recycling Company é o efeito multiplicador sobre outras crianças. Ao visitar escolas e falar sobre reciclagem, Ryan fez com que centenas de estudantes passassem a separar resíduos em casa, ampliando de forma indireta o volume de material reaproveitado.

Esse efeito educacional gera impacto em três níveis:

  • comportamental, ao mudar hábitos domésticos;
  • ambiental, ao reduzir descarte irregular;
  • econômico, ao alimentar a cadeia industrial da reciclagem.

A empresa deixou de ser apenas um negócio e passou a funcionar como plataforma de educação ambiental prática.

O que diferencia essa empresa de outras iniciativas de reciclagem

A maioria dos programas de reciclagem urbana nasce de políticas públicas, ONGs ou grandes empresas. O caso de Ryan é diferente porque nasce de:

  • iniciativa individual;
  • motivação espontânea;
  • aprendizagem empírica;
  • crescimento orgânico;
  • modelo de negócio simples e replicável.

Não há tecnologia complexa, nem grandes investimentos iniciais. Há apenas:

  • separação correta;
  • logística básica;
  • disciplina operacional;
  • regularidade de coleta.

É exatamente essa simplicidade que torna o modelo tão poderoso. Ele pode ser reproduzido em qualquer bairro urbano do mundo.

O impacto na imagem da reciclagem como atividade econômica

Durante décadas, reciclagem foi vista apenas como ação ambiental simbólica. O projeto de Ryan altera essa percepção ao mostrar que:

  • reciclagem gera receita real;
  • reciclagem sustenta empresas permanentes;
  • reciclagem cria empregos;
  • reciclagem movimenta cadeias industriais completas.

Hoje, grandes indústrias de bebidas, embalagens e alimentos dependem de material reciclado para cumprir metas de neutralidade de carbono. Pequenas empresas como a de Ryan alimentam essa cadeia na base.

Por que a história de Ryan se tornou referência mundial

Ao longo da última década, a história de Ryan passou a ser usada como exemplo em:

  • programas de educação ambiental;
  • projetos de empreendedorismo juvenil;
  • iniciativas de economia circular;
  • campanhas internacionais de reciclagem.

Isso acontece porque ela comprova, com números, que é possível unir impacto ambiental concreto, geração de renda e educação de base, tudo sustentado por uma operação simples e escalável.