Estrela do Web Summit, o brasileiro PIX atrai a atenção de países e investidores
Sistema de pagamentos e transferência de recursos totalmente gratuito deverá se expandir pelo mundo nos próximos anos, segundo Paddy Cosgrave. Em Portugal, o PIX já é aceito no comércio.
Ainda que nenhum representante do Banco Central do Brasil esteja presente na edição de 2025 do Web Summit Lisboa, o brasileiro PIX, sistema eletrônico de pagamentos e transferências de recursos, se tornou uma das estrelas da feira de tecnologia. Foi destaque na fala de abertura do evento, na segunda-feira (10/11), do co-fundador e presidente executivo do Web Summit, Paddy Cosgrave, dominou parte dos debates sobre meios de pagamento e têm sido alvo de consultas a integrantes da delegação brasileira.
"Por onde quer que passemos, o PIX é tema de consulta", diz Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). "Participei, recentemente, da visita do presidente Lula à Indonésia e à Malásia, e todos queriam saber sobre o PIX", relata. Nessas viagens, inclusive, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esteve presente e pode explicar como o PIX provocou uma revolução do sistema financeiro do Brasil.
Diz Paddy Cosgrave: "O sistema de pagamentos mais revolucionário do mundo não foi construído por uma empresa de tecnologia americana ou pelo Banco Central Europeu, mas pelo Banco Central do Brasil. O PIX é inteiramente gratuito e tem se tornado alvo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porque vai se espalhar pelo mundo nos próximos anos. Quem ainda não ouviu falar do PIX deve se informar sobre ele".
Estrela do Web Summit, o brasileiro PIX atrai a atenção de países e investidores
Estrela do Web Summit, o brasileiro PIX atrai a atenção de países e investidores
Pequenos se beneficiam
Para Décio Lima, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o sucesso do PIX está ligado ao fato de ser acessível a todos, população em geral e aos pequenos negócios, reduzindo custos com transações financeiras. Hoje, para um microempreendedor receber pelo seu produto ou serviço, basta ter uma chave do PIX, que pode ser o número do telefone ou mesmo um e-mail. Isso, sem custo.
"Numa economia capitalista, os pequenos são sobreviventes. E o PIX enfrenta os grandes. Não à toa, Trump atacou o sistema de pagamentos brasileiro", afirma Lima. O presidente dos Estados Unidos alega que o PIX está tirando receitas e "roubando" mercados das empresas americanas de cartões de crédito, a Visa e a Mastercard. Não só: o PIX inviabilizou no Brasil o projeto da Meta que previa a implantação de um sistema de pagamentos e de transferência de recursos pelo WhatsApp.Para Jorge Viana, diante do reconhecimento que o PIX vem tendo, sua expansão para outros países é irreversível. "A Malásia e a Indonésia já estão conversando sobre a ferramenta brasileira", frisa. Em Portugal, redes de supermercados, lojas de eletroeletrônicos, centros comerciais de luxo e comércios menores recorreram ao PIX para ampliar as vendas, diante do grande número de brasileiros vivendo em território luso — são quase 500 mil — e dos mais de 1,2 milhão de turistas que visitam o país todos os anos.
Na Europa, segundo o Banco Central do Brasil, além de Portugal, o PIX está sendo utilizado na Espanha e na França. Também está presente nos Estados Unidos, na região de Miami, na Argentina, no Chile, no Paraguai, no Uruguai e na Bolívia. "O sistema financeiro teve de se render ao PIX porque é democrático e gratuito", enfatiza o presidente do Sebrae. O PIX começou a ser desenvolvido pelo BC brasileiro em 2017 e foi lançado oficialmente em 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário