O alívio de Alex Allard após afastamento do conselho do hotel Rosewood
Empresário francês trava uma disputa com o grupo chinês CTF, controlador do Cidade Matarazzo, em São Paulo
Por Pedro Gil
Em assembleia de acionistas da BM Empreendimentos (BME), o grupo chinês Chow Tai Fook Enterprises (CTF), acionista majoritário do complexo Cidade Matarazzo e detentor da bandeira Rosewood, em São Paulo, conseguiu afastar o empresário francês Alexandre Allard do conselho de administração do empreendimento. Ele possui uma participação minoritária no negócio.
Apesar do afastamento, Allard respirou aliviado. A assembleia não levou adiante a proposta da CTF de rejeição das contas do Fundo de Investimento em Participações (FIP BM 888), que controla quase a totalidade das ações do Cidade Matarazzo. A gestora do fundo, a Tivio Capital, joint venture do Bradesco com o Banco Votorantim (BV), não se manifestou. Foi por meio do FIP que os chineses estruturaram financeiramente a operação. As contas do fundo foram aprovadas em assembleia.
O FIP, que detém maioria das ações do Cidade Matarazzo, entendeu que o ajuizamento da ação de responsabilidade civil deveria ser avaliado pela companhia primeiro e, só depois, caberia solicitar ao juiz responsável pela ação que mandasse reavaliar as demonstrações financeiras, ou seja, somente quanto à quitação concedida aos administradores, e não quanto às contas da administração.
A CTF vem tentando diluir Allard da sociedade, ao questionar os valores das obras do hotel, além dos índices de juros utilizados sobre as cifras do fundo. Uma ação de responsabilidade contra Allard foi aprovada. Procurada, a BME não se pronunciou.
A nova denúncia de uma ex-funcionária contra sócios do Rosewood
Polícia Civil apura caso de espionagem
Por Pedro Gil
12 dez 2025
A disputa societária entre o empresário Alex Allard e o grupo chinês Chow Tai Fook Enterprises (CTF), acionista majoritário do complexo Cidade Matarazzo e detentor da bandeira Rosewood, em São Paulo, ganhou novos contornos. Uma ex-funcionária da BM Empreendimentos (BME), que acusa a antiga empregadora de espionagem, voltou a prestar depoimento na Polícia Civil — em inquérito aberto no 78º DP do Jardins. Ela diz ser vítima de ‘coação’ e se sentir amedrontada por parte de representantes do grupo chinês após ser inquirida como testemunha no processo. Ela recebeu notificações da parte contrária em outubro deste ano por carta, WhatsApp e e-mail.
Aberto neste ano, o inquérito apura violação de dispositivo eletrônico. Segundo a ex-funcionária, sua chefe teria pedido a ela que invadisse o computador de uma terceira advogada do empreendimento Cidade Matarazzo, com o objetivo de obter informações sigilosas. O caso teria ocorrido em agosto de 2023.
A profissional diz ter sofrido assédio moral de superiores por meses após ter se recusado. Pouco tempo depois, foi demitida junto a outros funcionários em decorrência da conclusão das obras da primeira fase do Cidade Matarazzo. Segundo fontes na BME, ela foi avisada do desligamento com seis meses de antecedência. Há um processo de auditoria externa para apurar as supostas acusações. A ex-funcionária pede agora na Justiça para obter os documentos da sua denúncia, o que foi negado em primeira instância.


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