sábado, 17 de dezembro de 2016

SALVADOR, CAPITAL DA IMUNDÍCIE


Meu modesto blog divulga notícias de toda a espécie, política sem partidarismo, crônicas, fotografias, música e humor. Entre 500 e 1.000 acessos diários satisfazem minhas necessidades de comunicação.

Em novembro, porém, um maremoto levantou a curva de estatísticas até alturas nunca sonhadas. Everest. Não foi o espetáculo do ministro balançando no topo de uma torre com, lá embaixo, uma multidão de inconformados gritando “Pu-la! Pu-la!”, mas um curto texto copiado do Facebook e acompanhado de fotografias. De repente meu blog virou Popocatépetl, derramando lavas até às beiras do palácio Tomé de Souza.

O título era, admito, bastante apelativo, mas o número impressionante de comentários, a quase totalidade concordando com o teor da postagem, provou que existe uma profunda insatisfação com o degradante espetáculo das avenidas, ruas, becos, praças, jardins e encostas da primeira capital do Brasil. 

No meu bairro do Santo Antônio, muitos moradores e comerciantes jogam lixo na rua a qualquer hora do dia ou da noite, sem esperar o caminhão da Limpurb passar. Outros nem se preocupam com a saúde: usam a encosta – como certa senhora muito fina da rua do Carmo -  correndo risco até para o imóvel onde moram. Tem quem enche garrafas pet com urina e atira para o mato ou deixa na esquina da Ladeira do Boqueirão!

Certa vez, passando pela Rua dos Marchantes, me assustei com um barulho nas minhas costas. Desde o primeiro andar, uma senhora tinha jogado para o passeio um saco de lixo. Ao notar minha expressão de desagravo, ela gritou: “O passeio é meu!”. No ônibus, um homem entra, cerveja na mão. Após o último gole, lança a lata pela janela. A meu comentário irritado, berra “Eu pago impostos!”. A visão dos fins de domingo no farol da Barra, no Campo Grande ou nas praias é digna de sombrios adjetivos para os frequentadores de tão aprazíveis espaços.

Qualquer que seja a concordância ou discordância com a atual gestão municipal, sejamos honestos: o baiano não tem o mínimo respeito pelos espaços públicos. Bebeu café, joga o copinho na calçada. Exagerou na cerveja? Qualquer porta servirá de mictório. Tem até quem se recusa a usar os sanitários públicos. Afirmação de virilidade, não fosse a companheira agachada entre dois carros, com a risada cúmplice das colegas. 

No restaurante o freguês deixou cair o guardanapo. Não se curvará para pegar, esperando o garçom se abaixar servilmente. No saguão de um hotel na fracassada Costa de Sauipe, uma criança quebra um copo. Impassíveis, os pais não farão o mínimo gesto para recolher os cacos, mesmo conscientes de que alguém descalço poderá passar e se ferir.


Campanhas e multas, sim! Foi assim na Suíça, na China e na Suécia. Aqui a intenção ficou abortada, natimorta. Por quê?

Um comentário:

  1. Fico estarrecida com a falta de civilidade e, pior, com a falta de higiene do povo baiano.
    Inclusos nessa crítica os que governam suas cidades.
    Salvador é a capital mais porca dentre os estados nordestinos(conheço todas).
    E o alcaide quer disfarçar lançando, no carnaval nojento, um perfume de ambiente (cuja fábrica deve ser de algum amigo, como são as que constroem as monstruosidades dos quiosques da orla, pertencentes a um primo do mano do peito Léo Prates)

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