Meu modesto
blog divulga notícias de toda a espécie, política sem partidarismo, crônicas, fotografias,
música e humor. Entre 500 e 1.000 acessos diários satisfazem minhas necessidades
de comunicação.
Em novembro,
porém, um maremoto levantou a curva de estatísticas até alturas nunca sonhadas.
Everest. Não foi o espetáculo do ministro balançando no topo de uma torre com,
lá embaixo, uma multidão de inconformados gritando “Pu-la! Pu-la!”, mas um
curto texto copiado do Facebook e acompanhado de fotografias. De repente meu
blog virou Popocatépetl, derramando lavas até às beiras do palácio Tomé de
Souza.
O título
era, admito, bastante apelativo, mas o número impressionante de comentários, a
quase totalidade concordando com o teor da postagem, provou que existe uma
profunda insatisfação com o degradante espetáculo das avenidas, ruas, becos,
praças, jardins e encostas da primeira capital do Brasil.
No meu bairro do
Santo Antônio, muitos moradores e comerciantes jogam lixo na rua a qualquer
hora do dia ou da noite, sem esperar o caminhão da Limpurb passar. Outros nem
se preocupam com a saúde: usam a encosta – como certa senhora muito fina da rua
do Carmo - correndo risco até para o
imóvel onde moram. Tem quem enche garrafas pet com urina e atira para o mato ou
deixa na esquina da Ladeira do Boqueirão!
Certa vez,
passando pela Rua dos Marchantes, me assustei com um barulho nas minhas costas.
Desde o primeiro andar, uma senhora tinha jogado para o passeio um saco de
lixo. Ao notar minha expressão de desagravo, ela gritou: “O passeio é meu!”. No
ônibus, um homem entra, cerveja na mão. Após o último gole, lança a lata pela
janela. A meu comentário irritado, berra “Eu pago impostos!”. A visão dos fins
de domingo no farol da Barra, no Campo Grande ou nas praias é digna de sombrios
adjetivos para os frequentadores de tão aprazíveis espaços.
Qualquer que
seja a concordância ou discordância com a atual gestão municipal, sejamos
honestos: o baiano não tem o mínimo respeito pelos espaços públicos. Bebeu
café, joga o copinho na calçada. Exagerou na cerveja? Qualquer porta servirá de
mictório. Tem até quem se recusa a usar os sanitários públicos. Afirmação de
virilidade, não fosse a companheira agachada entre dois carros, com a risada
cúmplice das colegas.
No restaurante o freguês deixou cair o guardanapo. Não se
curvará para pegar, esperando o garçom se abaixar servilmente. No saguão de um
hotel na fracassada Costa de Sauipe, uma criança quebra um copo. Impassíveis,
os pais não farão o mínimo gesto para recolher os cacos, mesmo conscientes de que
alguém descalço poderá passar e se ferir.
Campanhas e
multas, sim! Foi assim na Suíça, na China e na Suécia. Aqui a intenção ficou
abortada, natimorta. Por quê?
Fico estarrecida com a falta de civilidade e, pior, com a falta de higiene do povo baiano.
ResponderExcluirInclusos nessa crítica os que governam suas cidades.
Salvador é a capital mais porca dentre os estados nordestinos(conheço todas).
E o alcaide quer disfarçar lançando, no carnaval nojento, um perfume de ambiente (cuja fábrica deve ser de algum amigo, como são as que constroem as monstruosidades dos quiosques da orla, pertencentes a um primo do mano do peito Léo Prates)