terça-feira, 14 de março de 2017

PEQUENO AVANÇO

Editorial 
Jornal A TARDE 
de 13/03/2017

Resultado de imagem para FOTOS DE MULHER PRENHA


O Brasil ostenta o triste título de país com mais cesarianas do mundo. A cada 10 partos realizados em maternidades particulares no País, 8,5 são cesáreas, proporção que ultrapassa em muito aquela recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 1,5 a cada 10 partos.

A realidade se mostra um pouco melhor na rede pública de saúde, onde o percentual de partos normais prevalece – 59,8%, contra 40,2% de cesarianas. E pela primeira vez desde 2010 registra-se o dado positivo de estabilização do número de cesáreas: informações divulgadas na última semana pelo Ministério da Saúde revelam que esse tipo de procedimento, que até então apresentava curva ascendente, caiu 1,5 ponto percentual em 2015, no Brasil.

A boa notícia vem acompanhada de iniciativas como o anúncio, pelo governo federal, de novas diretrizes de assistência ao parto normal, que servirão de consulta a profissionais de saúde e gestantes, garantindo à mulher o direito de definir o seu plano de parto. É ele que reúne informações como local onde será feito o nascimento e orientações quanto aos benefícios do parto normal.

O avanço, no entanto, ainda não se mostra suficiente para assegurar as bases necessárias para reverter o quadro de epidemia de cesarianas no País e oferecer às novas mães o ambiente de respeito, acolhimento e conforto tão necessários a esse importante momento de chegada de novas vidas ao mundo.


É preciso garantir medidas que coloquem as gestantes como protagonistas do processo de decisão sobre o momento do primeiro encontro com seus filhos, o que envolve reorganização do sistema de saúde, com qualificação de profissionais e maternidades, atuação junto aos planos de saúde para rever o modelo de remuneração de obstetras, e realização de campanhas de esclarecimento e estímulo ao parto natural. Só assim conseguiremos, de fato, que a maioria dos partos não tenha como desfecho uma cesariana.    

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