O BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO EM ALVOROÇO!

HAJA ARROGÂNCIA!

Dois ou três comerciantes recém chegados neste bairro, que até ontem desconheciam, se meteram na cabeça de mudar nossos costumes e tradições.

Tem até quem pede para proibir o réveillon no largo e a festa junina de Santo Antônio!

A comunidade já mostrou sua determinação ao recusar o "monumento" do Rotary e exigir a retirada de uma viga que ameaçava monopolizar parte da vista sobre a baia.

Resolvi escrever e distribuir este texto:

UMA OPINIÃO SOBRE NOSSO BAIRRO

Parece que um grupúsculo de comerciantes recém-chegados no bairro está querendo impor sua visão de como os moradores devem se comportar. Residente do Santo Antônio há mais de 47 anos, proprietário de um casarão declarado Casa-Museu em 2008 pelo Ministério da Cultura, penso também ter todo direito de opinar.

Este bairro é antes de tudo, residencial. Aqui moram, e muitos aqui também trabalham, representantes de todo o leque social e é importante que assim seja. Deve-se aceitar uma evolução no perfil das necessidades. Mas é da máxima importância que seja para o bem de toda a comunidade e não somente de alguns.

O problema dos ambulantes com suas caixas de isopor é, sim, um problema. O problema do som abusivo de certos bares também é um problema. Ambos devem ser analisados e resolvidos sem que haja vítimas.

Para tanto existe a prefeitura, tantas vezes omissa.

Quanto às poucas mesas nos passeios para venda de cerveja, licores, mel, livros, LPs, colares e outras bugigangas, não vejo o mínimo problema. Muito pelo contrário, acho que nos aproxima da prazerosa qualidade de vida de certos bairros boémios de Paris ou Londres.

Sugiro até que a rua e os dois largos sejam interditados a todo e qualquer veículo em fins de semana e feriados para podermos usufruir do inigualável prazer de andarmos despreocupados pelo meio da rua. Opiniões divergem e é importante que cada uma seja discutida. Mas sem arrogância, por favor. E respeitando alguns pontos essenciais para que o bairro de Santo Antônio continue digno da honra de ser Patrimônio da Humanidade.

Dimitri Ganzelevitch