sábado, 13 de janeiro de 2024

POLÉMICA NA ORLA DE SALVADOR

 Projeto que permite venda de áreas verdes de

 Salvador abre disputa 

entre moradores e setor imobiliário 

e põe políticos como ACM Neto na mira


VISTA AMEAÇADA Área verde no Corredor da Vitória: possível prédio de 36 andares desperta a oposição de entidades 

UM PROJETO aprovado na Câmara de Salvador e sancionado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) provocou a reação de moradores e entidades da sociedade civil preocupados com a preservação ambiental no município. Na última sessão de 2023, sob protestos nas galerias, vereadores deram aval para a prefeitura alienar, trocar, vender e até doar quarenta terrenos públicos, sendo quinze áreas verdes, o equivalente a 24 campos de futebol. A iniciativa reacendeu preocupação antiga em uma cidade cujo poder público tem longo histórico de flexibilizações no uso do solo para atender ao apetite imobiliário por empreendimentos cada vez mais altos — que nem sempre respeitam as leis ambientais. O barulho foi amplificado agora, não só pela dimensão da flexibilização, mas também pelo tamanho dos personagens envolvidos na polêmica. Um dos terrenos desafetados (esse é o termo técnico) — uma área verde de 6 699 metros quadrados numa encosta à beira-mar na Baía de Todos os Santos, na região nobre do Corredor da Vitória — coloca em lados opostos figuras proeminentes da capital baiana. A Novonor (ex-Odebrecht) adquiriu um prédio de dois andares ao lado do imóvel desafetado e planeja construir lá um edifício em parceria com um grupo de empresários de curiosa formação do ponto de vista político, que reúne o ex-prefeito ACM Neto, o marqueteiro Sidônio Palmeira, responsável pela campanha de Lula em 2022, e João Gualberto, ex-prefeito de Mata de São João, entre outros. O projeto prevê 24 pavimentos, mas os responsáveis querem adquirir o terreno desafetado ...

CONTINUA...




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