Projeto que permite venda de áreas verdes de
Salvador abre disputa
entre moradores e setor imobiliário
e põe políticos como ACM Neto na mira
VISTA AMEAÇADA Área verde no Corredor da Vitória:
possível prédio de 36 andares desperta a oposição de entidades
UM PROJETO aprovado na Câmara de Salvador e sancionado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) provocou a reação de moradores e entidades da sociedade civil preocupados com a preservação ambiental no município. Na última
sessão de 2023, sob protestos nas galerias, vereadores deram aval para a prefeitura alienar, trocar, vender e até doar
quarenta terrenos públicos, sendo quinze áreas verdes, o
equivalente a 24 campos de futebol. A iniciativa reacendeu
preocupação antiga em uma cidade cujo poder público tem
longo histórico de flexibilizações no uso do solo para atender ao apetite imobiliário por empreendimentos cada vez
mais altos — que nem sempre respeitam as leis ambientais.
O barulho foi amplificado agora, não só pela dimensão da
flexibilização, mas também pelo tamanho dos personagens
envolvidos na polêmica. Um dos terrenos desafetados (esse é
o termo técnico) — uma área verde de 6 699 metros quadrados numa encosta à beira-mar na Baía de Todos os Santos,
na região nobre do Corredor da Vitória — coloca em lados
opostos figuras proeminentes da capital baiana. A Novonor
(ex-Odebrecht) adquiriu um prédio de dois andares ao lado
do imóvel desafetado e planeja construir lá um edifício em
parceria com um grupo de empresários de curiosa formação
do ponto de vista político, que reúne o ex-prefeito ACM Neto,
o marqueteiro Sidônio Palmeira, responsável pela campanha
de Lula em 2022, e João Gualberto, ex-prefeito de Mata de
São João, entre outros. O projeto prevê 24 pavimentos, mas
os responsáveis querem adquirir o terreno desafetado ...
CONTINUA...
Nenhum comentário:
Postar um comentário