quarta-feira, 24 de março de 2021

A CISJORDÂNIA OCUPADA


Aos poucos meses de idade e sem direito a opinar, fui batizado por determinação da avó paterna inglesa. Presbiteriano como ela, meu pai, tia e tios.

Pelos vinte anos, comecei a questionar este nome bizarro que além de russo, aparentava evidente conotação judaica. “Não, jamais! ” foi o coro familiar horrorizado por tão absurdo pensamento. O tempo passou, mas a dúvida aos poucos foi se transformando em certeza.

Até que meu cunhado Amilcar que, desde Brasília, vive pesquisando no seu computador, por volta de 2012, descobriu um remoto primo de Tomsk na Sibéria. O dito, pela internet na tradução capenga do Google, foi bem claro: “Me perdoe, mas só falo russo e yiddish. Não moro mais em Tomsk. Agora vivo em Telavive”. Eu teria aguardado mais de meio século para ver minhas suspeitas confirmadas.

Esta comprovação me deixou mais tranquilo sem, porém, mudar em nada meu permanente descontentamento com a política fascista do governo Netanyahu. Um corrupto que acaba de se reeleger.

 A insatisfação é unânime entre meus amigos judeus. Todos condenam a segregação e invasão dos territórios palestinos com a colonização da Cisjordânia, apesar dos Acordos de Oslo em 1993. E mais: o desumano parcelamento do território palestino em três pedaços. Será que os israelenses perderam a memória, ou só usam ela quando lhes convêm?

Aqui na Bahia, me incomoda muito a incoerência dos judeus “esclarecidos” baianos que não hesitam em demostrar um evidente engajamento a esquerda, pro-PT, contra a ditadura militar e o AI-5, contra Bolsonaro e sua familícia, a favor dos Sem Terra e dos Sem Teto, mas não abrem mãos de um regime fascista e colonialista em Israel.

No entanto, muitos são os que, mesmo em Israel, não aceitam esta política esmagadora. O Hadova, partido socialista israelense, as 24 mil mulheres do Women Wage Peace e o incontornável Noam Chomsky que declara: “(...) devemos reconhecer que as políticas do Hamas são mais próximas e mais propícias a uma solução pacífica do que as dos Estados Unidos ou de Israel (...)” e, no seu livro The Fateful Triangle assina “um dos principais textos que se opõem ao tratamento que Israel dá aos palestinos e o apoio que os Estados Unidos dão aos governos israelenses. ”

Declaradamente oposicionista é a maior parte do cinema israelense – geralmente de excelente nível -  não esconde sua antipatia pelo Likud e acólitos. Para quem não conhece, sugiro: “Synonyms”, “The lemon tree” e “The bubble” entre muitos outros.


E para terminar este desabafo, preciso mencionar o preconceito racial que permeia a sociedade sionista contra os negros da Etiópia refugiados em Israel, os falashas. Foi até descoberto um hospital que praticava uma política de esterilização das mulheres negras judias.         Se a palavra “Eugenismo” não lhe lembra nada é de supor que nasceu depois de 1945.

Um comentário:

  1. A política Judaica em israel comandada pelo corrupto Netenyau, é uma, que não é a mesma praticada por Judeus fora de Israel, isto é notório, mesmo tendo nascido em 1955 conheço bem o "Eugenismo"

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