Territórios palestinos têm gás e petróleo que podem gerar centenas de bilhões de dólares
Unrwa/ Marwan Baghdadi
Agência destaca que, até o momento, o povo palestino tem sido proibido de explorar as reservas de petróleo e gás em suas próprias terras.
28 Agosto 2019 Desenvolvimento
econômico
Para Unctad, novas descobertas dão oportunidade de distribuir e
compartilhar cerca de US$ 524 bilhões na região; pesquisa recomenda estudos
mais detalhados sobre direito dos palestinos aos seus recursos naturais.
Geólogos e economistas confirmaram que nos territórios palestinos
existem “reservas consideráveis de petróleo e gás natural”. Estes recursos
estão localizados na Área C da Cisjordânia e na costa do Mediterrâneo, ao longo
da Faixa de Gaza.
A informação consta do estudo intitulado O Custo Econômico da Ocupação do Povo Palestino: O Potencial Não Realizado de Petróleo e Gás Natural da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad.
Uma mulher deslocada alimenta uma criança em Gaza. Foto: © Banco
Mudial/Natalia Cieslik
Petróleo
De acordo com a pesquisa, as novas descobertas de gás natural na Bacia
do Levante estão na faixa de 122 trilhões de pés cúbicos, enquanto a quantidade
de petróleo recuperável ronda os 1,7 bilhão de barris.
Estes recursos oferecem “uma oportunidade de distribuir e compartilhar
cerca de US$ 524 bilhões entre as diferentes partes na região, além de promover
a paz e a cooperação entre os antigos beligerantes”.
Com esses fundos, poderia ser financiado o desenvolvimento
socioeconômico nos territórios palestinos como parte da Agenda 2030 de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, destaca a Unctad.
Exportação
A agência destaca que, até o momento, o povo palestino tem sido
“proibido de explorar as reservas de petróleo e gás em suas próprias terras”,
além da água para atender às suas necessidades energéticas e gerar receitas
fiscais e de exportação.
Segundo o estudo, com essa situação aumentam tanto os custos de
oportunidade quanto os custos totais suportados pelo povo palestino como
resultado da ocupação.
A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou várias resoluções sobre a
questão, solicitando que a Unctad avalie e dê informações sobre o custo
econômico da ocupação.
O foco do recente estudo é o petróleo e o gás natural “devido ao seu alto valor e à importância crítica em atender potencialmente às necessidades básicas da Palestina por energia, e pelas receitas fiscais e de exportação”.
Banco Mundial/Natalia Cieslik
Crianças em Gaza, onde cerca de 1 milhão de refugiados palestinos
precisam de assistência.
Auxílio
O trabalho identifica e avalia as reservas existentes, além do potencial
de petróleo e do gás natural que podem ser explorados pela Palestina. O novo
estudo sobre o auxílio aos palestinos deve ser publicado no dia 10 de setembro.
De acordo com a Unctad, nas novas descobertas de petróleo e gás natural
no Mediterrâneo Oriental também é fundamental ressaltar “que Israel começou a
explorar para seu próprio benefício, enquanto esses recursos podem ser
considerados compartilhados, já que o petróleo e o gás natural existem em
consórcios comuns”.
Os especialistas advertem que recursos que poderiam ser uma fonte de
riqueza e oportunidades, podem ser desastrosos se explorados de forma
individual e exclusiva, sem a devida consideração pelas leis e normas
internacionais”.
Fronteiras
Os custos da exploração dos recursos naturais palestinos por
Israel, incluindo petróleo e gás natural, “impõem enormes custos e estão
aumentando à medida que a ocupação continua em vigor”.
A pesquisa destaca ainda a particularidade destes recursos não serem
renováveis, apontando que as gerações atuais não são necessariamente as únicas
proprietárias. De acordo com o estudo, estes se estendem por fronteiras
nacionais e “podem, portanto, ser de propriedade conjunta de múltiplos Estados
e gerações”.
A pesquisa recomenda mais estudos detalhados “para estabelecer
claramente o direito do povo palestino a seus recursos naturais de forma
separada”.
Entre as outras questões a serem avaliadas estão ainda a participação
legítima destas populações em recursos comuns de propriedade coletiva de
Estados vizinhos da região, incluindo Israel.
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