As ruínas do Casarão onde morou o poeta Castro Alves
O Solar Boa Vista fica no Engenho Velho de Brotas. Era a sede da Fazenda Boa Vista. Foi também residência da família de Castro Alves, depois foi asilo e hospital.
A data da construção desse Solar é desconhecida, mas sabe-se que já existia no final do século 18 e seu proprietário, nessa época, era Manuel José Machado, um comerciante e traficante de escravos, que acabou sendo preso, levado para Portugal e lá morreu na prisão.
Segundo o IPAC-BA, em 1824, Joaquina Josefa de Santana Machado recebeu o Solar como herança. Em 1831, o Solar foi vendido a Joaquim Ramos de Araújo. Em 1858, o médico Antônio José Alves, pai do poeta Castro Alves, adquiriu a propriedade e investiu grande parte de seus recursos para transformá-la em uma casa de saúde. Ao Solar, Castro Alves dedicou seu poema A Boa Vista. Ali ele cresceu com seus irmãos. Quando foi estudar fora a família permaneceu, mas com a morte prematura de sua mãe, aos 34 anos, mudaram-se para o Largo do Pelourinho e depois para o Sodré. Ao retornar a Salvador em 1867, o poeta voltou ao velho Solar desabitado. Passou dias ali, com a amada musa Eugênia Câmara
Em agosto de 1869, o governo da Bahia comprou o imóvel, com base na Lei provincial nº 1.089, para a instalação de um hospital. Em 24 de junho de 1874, foi inaugurado, no local, o Azylo São João de Deus, com um hospital, sob a responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia. Depois se tornou sede da Secretaria Municipal de Educação
Em 4 de janeiro de 2013, um incêndio causado por um curto circuito consumiu cerca de 30% das instalações do edifício, juntamente com a Capela São João de Deus que foi parcialmente destruída. O fogo se intensificou devido a grande quantidade de materiais inflamáveis que haviam no local, e pela ausência de um sistema de proteção contra incêndios.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938, o Solar Boa Vista até hoje está sem teto, assoalho e escadas.
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