MAIS UM PATRIMÔNIO ABANDONADO

 

O abandono do Solar Machado: cinco anos sem uso e sem perspectivas de recuperação

Prédio sediou o Abrigo Dom Pedro II durante 130 anos e aguarda reparos estruturais desde 2014

Foto: Divulgação

Por: Bélit Loiane no dia 30 de junho 

Inscrito nos livros do Tombo Histórico e de Belas Artes e sob a tutela do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1949, o Solar Machado ou Palacete Machado abriga uma história que tem sido esquecida. Localizado na Avenida Luiz Tarquínio, no bairro de Roma, Cidade Baixa, em Salvador, o imóvel foi construído na primeira metade do século 19 e há cinco anos está sem uso desde que o Abrigo Dom Pedro II foi transferido para o bairro de Piatã.

Em nota enviada ao Metro1, o Iphan disse que técnicos do instituto realizaram uma vistoria no local, juntamente com a prefeitura de Salvador e integrantes das Obras Irmã Dulce, onde foi constatado que o prédio se encontra “em processo de arruinamento e sem uso”.

Na época, que não foi datada pelo Iphan, os pavilhões utilizados pela administração Osid haviam passado por reformas e se encontravam em melhor estado. Atualmente, o instituto avalia a realização de novas vistorias de fiscalização para que os proprietários do imóvel adotem as medidas cabíveis à preservação do bem. 

A prefeitura de Salvador, por sua vez, declarou ao Metro1 que possui interesse em revitalizar o espaço. Segundo a gestão municipal, há um projeto em elaboração que deverá ser encaminhado ao Iphan, mas não existe definição de orçamento, verba, prazo de obra e afins.

Histórico

Em 1887, administrado pela Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), o prédio passou a acolher idosos em situação de vulnerabilidade social, e sediou o Abrigo Dom Pedro II ao longo de 130 anos.  

Colecionando problemas nas instalações elétricas e infiltrações, o casarão faz parte de uma queda de braço que deu as caras em 2014. Há nove anos, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitou melhorias no prédio para levar melhor qualidade de vida aos idosos. 

O problema se estendeu até 2017, quando o órgão recomendou transferir o abrigo para um novo local. O asilo então foi para o bairro de Piatã, em 2018. A definição do MP-BA foi justificada como "devido à falta de estrutura". O Solar Machado teria sido a maior residência da Bahia à época, conforme consta nas documentações do Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia