A cidade futurista que está sendo construída na Arábia Saudita será um inferno
A Arábia Saudita está esculpindo em suas terras áridas uma cidade futurista chamada The Line. Concebida como uma cidade sustentável, eficiente e inteligente, ela propõe receber até 9 milhões de habitantes.
O ambicioso projeto da The Line, planejado para incorporar tecnologias de ponta, como inteligência artificial e sistemas de ferrovias de alta velocidade, tem como objetivo alcançar emissões zero de carbono e eliminar a necessidade de automóveis. A vantagem? Está sendo construída do zero. Isso significa que problemas geralmente encontrados em cidades que evoluem gradualmente podem ser abordados proativamente, um benefício enfatizado em um estudo recente publicado na revista Nature. A cidade começou a ser escavada em outubro de 2022 e pretende oferecer um estilo de vida utópico em poucos anos.
No entanto, a história tem uma reviravolta. O mesmo estudo aponta várias falhas conceituais que podem transformar a vida nesta cidade futurística em um pesadelo.
Um Pesadelo na The Line: A Metrópole de 170 km de comprimento
A The Line é concebida como uma cidade linear se estendendo por 170 km de comprimento. Esse design incomum pretende acomodar 9 milhões de pessoas em uma área de 34 quilômetros quadrados, com arranha-céus imponentes de 500 metros de altura ladeando a extensa paisagem urbana. Embora prometa ser “longa, alta e incrivelmente densa”, o design traz consigo uma infinidade de problemas.
As cidades geralmente são construídas em formatos circulares, um conceito guiado por considerações de transporte, conectividade e acessibilidade a serviços. Uma cidade em linha reta que se estende por 170 km levanta sérias questões logísticas. Um problema gritante é a longa distância que os moradores teriam que percorrer.
O estudo estima que dois indivíduos escolhidos aleatoriamente na The Line estariam, em média, separados por impressionantes 57 km. O design inteiro da cidade depende fortemente do transporte público, deixando a população dependente de uma infraestrutura possivelmente sobrecarregada.
Outro ponto de discórdia surge em torno dos arranha-céus propostos na The Line. Esses gigantes necessitam de enormes entradas de material e energia, estão sujeitos a condições climáticas adversas e precisam de iluminação artificial. Sem esquecer, é claro, da energia significativa que os elevadores consumiriam.
Embora a The Line pretenda confiar inteiramente em energia renovável, a viabilidade desse compromisso depende das eficiências energéticas alcançadas. A energia despendida durante a construção também levanta preocupações, pois pode representar a maior parte da energia e dos impactos ambientais da construção moderna.
Os Desafios da The Line, a cidade futurista da Arábia Saudita
A The Line é certamente um projeto dos sonhadores, com aspirações de sustentabilidade, zero emissões e tecnologia de cidades inteligentes. No entanto, não pode ignorar possíveis contratempos no horizonte, desde questões logísticas associadas à sua estrutura linear única até os desafios de construir e manter arranha-céus vastos.
Em última análise, o sucesso de The Line repousa em encontrar um equilíbrio fino entre visões ambiciosas e realidades práticas. À medida que avançamos para o futuro, é crucial acompanhar essa empreitada intrigante. A cidade futurística da Arábia Saudita vai se revelar um sonho realizado ou um pesadelo assustador? Só o tempo dirá.
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