quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

PIRÂMIDES DO EGITO

 

Pirâmides do Egito do espaço: satélite capta imagens que revelam magnífica tática de construção

Com a ajuda de satélites de radar, cientistas revelaram por que as pirâmides foram construídas onde estão localizadas até hoje

Imagens de satélite revelaram que as Pirâmides do Egito foram construídos às margens de um antigo braço do rio NiloFoto: Reprodução/ND Mais


Uma pesquisa recente trouxe novas respostas para um dos maiores enigmas do Antigo Egito: por que tantas pirâmides foram erguidas alinhadas ao longo de uma estreita faixa desértica.

Imagens de satélite revelaram que os monumentos foram construídos às margens de um antigo braço do rio Nilo, hoje totalmente soterrado. A descoberta, liderada pela egiptóloga e geóloga Eman Ghoneim, foi publicada na revista Communications Earth & Environment e oferece uma nova compreensão sobre a logística por trás dessas construções.

·          ·          Um rio escondido sob o deserto

O estudo identificou um curso de água esquecido, batizado de Braço Ahramat, expressão árabe para “ramal das pirâmides”. Ele se estendia por cerca de 64 quilômetros, desde Lisht até Gizé, exatamente onde se concentra o maior número de pirâmides do país.

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Segundo os pesquisadores, o canal tinha entre 200 e 700 metros de largura e chegava a 8 metros de profundidade, dimensões parecidas às do próprio Nilo atualmente. Ghoneim afirma que a largura do antigo rio impressiona e ajuda a explicar a escolha dos locais onde as pirâmides foram erguidas.

O canal tinha entre 200 e 700 metros de largura e chegava a 8 metros de profundidadeO canal tinha entre 200 e 700 metros de largura e chegava a 8 metros de profundidadeFoto: Reprodução/ND Mais

A pesquisadora contou ao site IFLScience que o canal era tão amplo quanto o Nilo moderno em alguns trechos. Para ela, isso mostra que não se tratava de um afluente pequeno, mas de uma via navegável essencial para o transporte de materiais e trabalhadores.

Como eles descobriram o rio que estava inativo há séculos

Para localizar o antigo rio, a equipe combinou diferentes métodos científicos. O principal foi o uso de satélites de radar, como os Sentinel-1 e TanDEM-X, capazes de emitir ondas que atravessam a areia seca e captam estruturas soterradas.

As imagens permitiram mapear irregularidades e marcas que indicavam um antigo leito fluvial sob as dunas e áreas cultivadas.

Os cientistas também recorreram a técnicas aplicadas diretamente no solo, como o Radar de Penetração no Solo (GPR) e a Tomografia Eletromagnética (EMT). Essas ferramentas ajudaram a confirmar a profundidade, a forma e a extensão do canal enterrado.

Pesquisadores usaram satélites de radar para comprovar a teoriaPesquisadores usaram satélites de radar para comprovar a teoriaFoto: Reprodução/ND Mais

Para reforçar as evidências, foram realizadas perfurações que extraíram amostras a até 20 metros de profundidade. Os sedimentos encontrados, principalmente areia típica de ambiente fluvial, comprovaram que ali corria um braço do Nilo há milhares de anos.

A arquitetura egípcia ajudou a entender como pirâmides foram construídas

Um dos indícios mais significativos da pesquisa está ligado aos templos construídos junto às pirâmides. Esses templos eram conectados aos monumentos por longas rampas cerimoniais. Ao analisar a orientação dessas rampas, os cientistas perceberam que muitas delas eram perpendiculares ao Braço Ahramat e terminavam exatamente em sua margem.

Isso indica que os templos funcionavam como pequenos portos fluviais. Blocos de pedra, ferramentas e equipes de trabalhadores chegavam de barco e eram desembarcados a poucos metros do canteiro de obras.

As Pirâmides do Egito foram construídas com ajuda de braço do rio Nilo Pirâmides do Egito foram construídas com ajuda de braço do rio NiloFoto: Canva/Divulgação/ND

Dessa forma, uma tarefa que parecia impossível para a época, transportar blocos gigantes por grandes distâncias, tornava-se viável graças a uma rede logística baseada no rio.

A descoberta resolve um mistério debatido por décadas. As pirâmides não foram construídas em pleno deserto por preferência religiosa, mas porque estavam próximas a uma rota de transporte essencial.

Conforme o Braço Ahramat se deslocou e secou ao longo dos séculos, as dinastias também mudaram seus locais de construção, sempre buscando proximidade com o rio. Para os arqueólogos, isso ajuda a entender o desenvolvimento urbano e político do Antigo Egito.

 

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