segunda-feira, 18 de março de 2019

A PONTE E O PORTO

Bahia Notícias

Especialista diz que projeto da ponte Salvador-Itaparica pode acabar com porto da cidade


Especialista diz que projeto da ponte Salvador-Itaparica pode acabar com porto da cidade

"Menino dos olhos" do governo da Bahia, o projeto da ponte Salvador-Itaparica sofreu críticas do especialista em Direito Marítimo, o advogado Zilan da Costa e Silva Moura. De acordo com ele, o novo desenho prevê altura de 85 metros, o que pode limitar a passagens de navios grandes e, consequentemente, acabar com o porto da cidade.

"Duas coisas que precisam ser levadas em consideração: o local de saída da ponte de Salvador. Isso atrapalha manobras de navios grandes do porto de Salvador. Dois: um vão livre (altura e largura), com 85 metros. Parece que eram 400 metros o projeto anterior de vão livre. Vão livre é importante porque navios estão grandes. Precisam passar por baixo da ponte. Uma ponte baixa vai limitar que navios grandes passem. Aí vai acabar com o porto de Salvador", avaliou o advogado, em entrevista ao Bahia Notícias.

De acordo com Zilan, o porto de Salvador tem linhas internacionais que chegam e depois essa carga é transferida para navios menores, que fazem a cabotagem. "Nosso futuro é esse. Temos um porto no meio do país. O porto não teria desenvolvimento que ele deveria ter [com esse projeto]. A economia baiana seria enormemente prejudicada", disse.

Além de navios grandes, as plataformas de petróleo também não poderiam passar por debaixo da ponte, o que, na avaliação de Zilan, seria o fator mais importante.

"O pais está desenvolvendo o pré-sal. Tem pré-sal na costa brasileira inteira. Na costa de Sergipe, tem. A Bahia, como é protegida, temos um local privilegiado para serviços de apoio e manutenção de plataformas de petróleo. As plataformas de petróleo não poderão passar”, contou.

No entanto, o advogado afirma que a construção da ponte é importante. "Acho que a ponte é importante porque cria elo de ligação com estradas. Isso é bom para economia, só que tem que pensar a Bahia para os próximos 50 anos", ponderou.

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