SEIS CONCLUSÕES SOBRE O MODELO DO MUNDO SEM A AMAZÔNIA
O preço que o Brasil e o mundo pagarão caso a floresta continue a ser derrubada para dar lugar à pecuária
BERNARDO ESTEVES E JOÃO MOREIRA SALLES
Quase 20% da cobertura original da Floresta Amazônica já foi desmatada desde a chegada dos portugueses ao Brasil. A situação parecia sob controle até 2012, depois que um plano de combate à derrubada da mata conseguiu diminuir em 84% a taxa anual de desmatamento, mas o índice voltou a crescer desde então. Em 2018, a taxa alcançou o maior valor dos últimos dez anos, com 7 536 km² de mata derrubada, conforme os cálculos do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
A taxa de 2019 só deve ser divulgada no fim do ano, mas deve ter novo aumento – alguns especialistas apostam que o desmatamento passará de 10 000 km², voltando ao patamar dos cinco dígitos pela primeira vez desde 2008. De acordo com os alertas emitidos pelo Inpe, a área desmatada entre janeiro e setembro deste ano foi 93% maior em comparação com o mesmo período em 2018.
É nesse contexto que um estudo de cientistas americanos e brasileiros resolveu calcular o que aconteceria com o clima global caso a floresta fosse convertida, no todo ou em parte, por pastagens. A hipótese pode soar apocalíptica, mas vale lembrar que há estudos que projetam que, caso o desmatamento chegue a um determinado patamar, a Amazônia perderia a capacidade de se regenerar e se transformaria numa espécie de savana. Os especialistas divergem sobre qual seria esse ponto de não-retorno, que pode corresponder à derrubada de 20% a 40% da área original da floresta. Eis algumas das principais conclusões do estudo, feito com um modelo climático computacional:
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