quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

HENRIQUETA CATARINO

 Quem foi Dona Henriqueta Martins Catharino



"Nasceu em Feira de Santana, no dia 12 de dezembro de 1886, sendo seus pais o rico comerciante e industrial Bernardo Catharino, português que emigrou ainda jovem para o Brasil, e Úrsula Costa Catharino, pertencente a uma tradicional família baiana.
Seu pai, em certa altura do século XX, foi considerado o maior empresário da Bahia.
Filha de família de grande recurso financeiro, Henriqueta Catharino teve a melhor educação possível, em uma época em que as mulheres geralmente não estudavam.
Foi educada em casa, ao modo do costume francês, predominante na época. Recebeu aulas de conhecimentos gerais, línguas, música, pintura, princípios morais e religião.
Suas preceptoras foram as professoras Cândida Campos de Carvalho e Louise Von Schiller. Além de ampla cultura geral, Henriqueta aprendeu francês, inglês e alemão.
Seus professores de piano foram Maria Eulina e Sílvio Fróes. O de artes foi Vieira de Campos.
Realizou várias viagens à Europa, visitando grandes centros culturais do Velho Mundo, sobretudo Paris.
Foi, com a médica Francisca Praguer Fróes, grande feminista. Enquanto Francisca Praguer Fróes lutava pela ampliação dos direitos civis da mulher, Henriqueta pelejou pela inserção da mulher baiana no mercado de trabalho.
Aos 30 anos de idade, ou pouco menos, fundou em Salvador uma biblioteca, denominada “Propaganda da Boa Leitura” e as chamadas “tardes de costura”. Nas tardes de cultura as senhoras baianas, enquanto costuravam, realizavam atividade filantrópica.
Em 1923 criou, com o Monsenhor Flaviano Osório Pimentel, a “Casa de São Vicente”, núcleo que originou a “FUNDAÇÃO INSTITUTO FEMININO DA BAHIA”, obra extraordinária de uma grande mulher.
No Instituto Feminino da Bahia Henriqueta Catharino abrigou, em diversas sedes, adquiridas com a herança que recebeu de sua mãe (falecida em 1924) e, depois, com a de seu pai, a mocidade feminina da Bahia e de estados vizinhos.
Várias coleções foram doadas, e objetos objetos foram adquiridos pelo Instituto Feminino da Bahia, o qual abrigou, durante muitos anos, as jovens que para ali afluíram, em busca de educação informal sob a forma de cursos livres e atividades de cunho cultural.
A instituição abriga, dois museus, além de preciosa biblioteca.
Várias famílias de Sergipe, e de outros estados, enviaram suas filhas para se hospedarem no Instituto Feminino da Bahia, enquanto cursavam estabelecimentos de ensino superior na capital baiana.
Alguns espaços do Instituto podem ser alugados para realização de eventos.
Além de grande feminista e ativista cultural, Henriqueta Catharino lutou pela igualdade racial, fundando a “Frente Negra”, em Salvador e na cidade de Santos, em São Paulo.
O Museu Henriqueta Catharino, em Salvador, é um verdadeiro museu histórico da cidade. Seu mobiliário é, em sua maior parte, dos séculos XVIII e XIX, em jacarandá e vinhático, nos estilos D. João VI , D. José, Colonial Brasileiro e Eclético.
Boa parte do mobiliário procede da Vila Catharino, outros foram adquiridos por D. Henriqueta. Alguns móveis foram doados pelo Dr. Joaquim Inácio Tosta e outras personalidades baianas.
A respeito do Instituto Feminino da Bahia, disse Érico Veríssimo, grande escritor gaúcho:
“–Não conheço coisa igual em todos os colégios do Brasil por onde já andei e visitei. E não sei se vi pelo menos igual nos Estados Unidos. Se a iniciativa privada na Bahia faz obras dessa natureza com freqüência, a Bahia pode se considerar a Terra da Promissão.”
Religiosa e culta, Henriqueta Catharino foi uma pessoa desprendida dos bens materiais.
Esta mulher extraordinária faleceu em Salvador, no dia 21 de junho de 1969."

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