quarta-feira, 19 de abril de 2023

A ESFINGE SUECA

 GRETA GARBO

Ao longo da Era de Ouro de Hollywood, a atriz provou ser um mistério ao permanecer longe dos holofotes comuns aos artistas de seu tempo
Isabela Barreiros.


Conhecida como a "esfinge sueca", Greta Garbo foi uma das mais enigmáticas atrizes da Era de Ouro de Hollywood. Embora tivesse uma profissão que indicasse fama e, muitas vezes, falta de privacidade, a mulher mostrou-se completamente o oposto do esperado.
Indicada três vezes ao prêmio mais importante do audiovisual estadunidense, o Oscar, a atriz nunca compareceu à premiação. Isso porque ela, desde cedo, mostrou-se como uma pessoa reservada e avessa ao público, aspecto particular que se tornou sua marca pessoal.
Greta morreu há exatos 31 anos, no dia 15 de abril de 1990. Eleita pelo Instituto Americano de Cinema como a quinta maior lenda da história da sétima arte, ela deixou seu nome na história do cinema e se tornou um mistério que intriga pessoas até os dias de hoje.
Começo da vida

Nascida em Estocolmo, na Suécia, em 18 de setembro de 1905, a menina já demonstrava sinais de melancolia desde muito nova: ela detestava estar rodeada de multidões. Terceira e filha mais nova de Anna Lovisa e Karl Alfred Gustafsson, a pequena Greta não gostava de ir para a escola.
Por isso, ela passava a maior parte de seu tempo sozinha em sua casa, onde vivia com sua família de maneira simples. Eles moravam em um pequeno apartamento localizado em um bairro operário de Estocolmo, na periferia da cidade.
Devido à pobreza, teve que trabalhar em uma barbearia e em uma loja de departamentos para ajudar nos custos de sua família. Greta, inclusive, não chegou a concluir o ensino médio, entrando para o teatro amador aos 13 anos.
Pouco tempo depois, a jovem recebeu uma bolsa para estudar na escola de arte dramática da Academia Real de Teatro Dramático de Estocolmo, onde passou a praticar a atuação entre os anos de 1922 e 1924.


A vida da atriz mudou quando ela foi descoberta pelo diretor finlandês Mauritz Stiller, que a escalou para o filme "A Lenda de Gösta Berling" (1924). Depois disso, a carreira da sueca teria uma guinada ascendente com destino à Hollywood, onde atuou em inúmeros filmes da Metro-Goldwyn-Mayer (MGM).



Um mistério em Hollywood
Greta se tornou um dos maiores enigmas de Hollywood, sempre evitando o público e questionamentos de jornalistas. Mas era exatamente isso que ela buscava: segundo Charles Silver, do departamento de cinema do Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma), "ela tentou ser uma figura misteriosa". “Pessoalmente acredito ser a melhor atriz de cinema que tivemos”, disse ao Uol.


Em raros momentos em que decidia falar à imprensa, sempre mencionava sua privacidade. "Desde que me lembro, queria estar sozinha. Detesto multidões, não gosto de muitas pessoas", afirmou.

"Minha vida foi uma travessia de esconderijos, portas traseiras, elevadores secretos, e todas as maneiras possíveis de passar despercebida para não ser incomodada por ninguém", também chegou a dizer em certa ocasião, como repercutido pelo Uol.
Ao longo de sua carreira, a atriz teve papéis notáveis em filmes como Torrent (1926), Carne e o Diabo (1927), Grande Hotel (1932), Rainha Christina (1933), Anna Karenina (1935), entre outros.


Listada como a quinta maior estrela feminina do cinema clássico de Hollywood pelo Instituto Americano de Cinema, a artista contou com 28 participações em filmes tanto suecos quanto estadunidenses, que foram considerados sucessos comerciais e resultaram em 3 indicações ao Oscar.
Dona de sua carreira e de suas decisões, a aposentadoria veio cedo e no exato momento em que Greta percebeu que queria parar. Mesmo que recebesse propostas valiosas, a atriz não voltaria mais às telonas depois de se aposentar aos apenas 36 anos.


No começo da década de 1990, sofreu com um câncer de mama do qual poucas pessoas ficaram sabendo — nem a imprensa. Ela conseguiu se curar, mas pouco tempo depois acabou falecendo devido a uma pneumonia e insuficiência renal aos 84 anos em 15 de abril de 1990.r

Nenhum comentário:

Postar um comentário