terça-feira, 29 de agosto de 2017

MAIS UM HERDEIRO DE MADAME BEATRIZ

Deixando por um momento as firulas de seu badalado programa televisivo intitulado "Caldeirão do Huck", o apresentador Luciano Huck comparece hoje à página de Opinião e Debates de um Jornalão com um artigo cujas ideias revelam-no um mago em prospectar e desvendar futuros, ensinando como vencer precipícios tenham eles o tamanho que tiverem, isto é, ministrando ciências de como tirar o Brasil do buraco em que se meteu (ou o meteram), como um ágil e esperto quiromante ou um mago que tivesse à sua frente uma bola de cristal, a mostrar-lhe com exatidão tecnológica o caminho da salvação. 

Lendo-o, veio-me à mente episódio jornalístico de fins de 1964 (talvez inícios de 1965), quando Jorge Amado lançou o seu romance "Os pastores da noite" e a hoje saudosa (então famosa indicadora de caminhos) Madame Beatriz viu-se representada numa personagem do livro, especializada na atividade de que ela já era uma legenda na velha Cidade do Salvador. 

Eu na época chefe da reportagem do também hoje morto "Jornal da Bahia", vi no férvido cenário que se criara uma pauta vulcânica e tratei de pôr repórter e fotógrafo no encalço dos personagens reais de tão palpitante agenda. E foi aquele bafafá, em pleno verão baiano! 

Hoje, lendo o artigo de Huck, estou certo de que Madame Beatriz deixou herdeiros, além de familiares. 

O apresentador Luciano Huck, da Rede Globo, volta a demonstrar que quer ser o candidato tucano em 2018, publicando um artigo recheado de clichês políticos, Huck mostra a que veio: "A nossa situação é urgente. Não podemos perder tempo mais uma vez, aceitando um outro ciclo de inércia, de incompetência exacerbada, atraso deliberado, um misto nefasto de ganância, corrupção e estupidez que nos assola ao longo de décadas, independente de governos, partidos e facções", escreve; pesquisa Ipsos mostra que o apresentador global é o nome tucano menos rejeitado pelo público

Confira abaixo trechos do artigo: 
"Desconheço quem esteja pleno, realizado e saltitante, sentindo que a vida no país está bem melhor do que antes. A nossa situação é urgente. Não temos mais gordura para queimar. Não podemos perder tempo mais uma vez, aceitando um outro ciclo de inércia, de incompetência exacerbada, atraso deliberado, um misto nefasto de ganância, corrupção e estupidez que nos assola ao longo de décadas, independente de governos, partidos e facções.
Nossos tropeços éticos, políticos e econômicos estão custando caro a quem de fato depende da saúde estrutural do país para ter oportunidades e uma vida minimamente digna.
Não tenho nenhuma dúvida de que a tecnologia e a ciência de ponta podem ser chaves mestras para destravar o país e nos tirar do atraso em inúmeras frentes, tornando nossas estruturas mais ágeis, eficientes, modernas e, principalmente, transparentes.
Temos que enxergar o Brasil como gostaríamos que ele fosse, e não como ele está. Se não tivermos um projeto de país, pensado, claro e inteligente, vamos seguir apontando os defeitos uns dos outros, os erros alheios, dando cabeçadas. Não vamos construir nada. A troca de ideias genuína e a fricção entre elas nunca foram tão necessárias.
Admiro o olhar empreendedor que estadistas contemporâneos de verdade também compartilham, no qual a escassez e a ineficiência são entendidas como oportunidades, nunca como obstáculos intransponíveis.
Estamos cheios de empecilhos pela frente e, exatamente por isso, cheios de oportunidades.
(....)
Não podemos mais ficar inertes; temos que enxergar com clareza o país que queremos e usar esta revolução tecnológica a nosso favor.
O sucesso desta nossa geração e o futuro das próximas dependerá do impacto que formos capazes de gerar na vida de todas as pessoas.!

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