segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

CONCURSO PARA A PRAÇA CAIRU

Especialista não concorda com reconstrução de monumento de Mário Cravo e sugere concurso para nova obra

[Especialista não concorda com reconstrução de monumento de Mário Cravo e sugere concurso para nova obra]

N a avaliação do professor Nivaldo Andrade não faz sentido reconstruir o Monumento à Cidade de Salvador, atingido por um incêndio no sábado (21). Para ele, que é professor de Arquitetura da Ufba e doutor em Arquitetura e Urbanismo, a melhor alternativa é a idealização pela prefeitura de um concurso para uma nova obra no mesmo local.
"Não entendi muito essa ideia de reconstrução. Deveria haver recursos para uma nova obra naquele local. Se ele [Mário Cravo Jr, autor da obra] estivesse vivo, poderia discutir isso, mas, uma vez que ele faleceu, entendo que é o caso de cobiçar artistas da terra", defendeu, em entrevista ao BNews neste domingo (22).
Nivaldo, que também é presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), lançou na última quinta-feira (19) a Coleção Arquitetura Moderna na Bahia (1947-1951). Durante o processo de produção, baseado na tese de doutorado do professor defendida no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Ufba em 2012, ele conta que estudou o escultor Mário Cravo Jr.
"Mário Cravo é, talvez, um dos maiores que a Bahia já teve dessa geração. Sem dúvida, um dos mais importantes. Não acho que aquela obra seja das mais relevantes dele, havia outras. Deve ter sido um problema de manutenção pra provocar um incêndio daquela proporção. A fibra de vidro é um material que não resiste muito ao fogo. Foi numa fase que ele [Mário Cravo Jr] tava investigando materiais novos", explica.
Para Nivaldo, o incêndio pode servir como uma "lição", para fomentar o debate sobre arte urbana em Salvador. "Até pra dinamizar o debate sobre arte urbana em Salvador. Salvador em 40', 60', tinha uma cultura muito forte de arte pública. Acho que a Bahia tem sido ingrata com seus artistas", acredita.
O especialista utiliza Recife, capital de Pernambuco, como um exemplo positivo de valorização da arte urbana. 
Na quinta, o artista plástico e ceramista pernambucano Francisco Brennand morreu, aos 92 anos, depois de complicações de uma infecção respiratória.

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