terça-feira, 17 de dezembro de 2019

QUEM TEM MEDO DO CATADOR?

Catador atirou antes, diz tenente sobre fuzilamento de 80 tiros a carro


Evaldo Rosa dos Santos (Foto: Reprodução)


Segundo o militar Ítalo Nunes, catador atirou antes de Exército disparar contra carro que matou o músico Evaldo Rosa dos Santos

Prestou depoimento nesta segunda-feira 12 o tenente Ítalo Nunes, que comanda a patrulha de militares à qual são atribuídas as mortes do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo.

Nunes disse à Justiça Militar que o catador estava armado no momento em que mais de 80 disparos foram realizados em direção ao carro em que estava a família. “O vi ao lado do Ford Ka [dirigido por Evaldo] atirando em nossa direção”, disse o tenente. A informação é do site UOL.
No entanto, nenhuma arma foi encontrada com Luciano Macedo durante a perícia criminal. Nunes foi o primeiro militar entre os 12 que serão ouvidos pela Justiça Militar. Em seu relato, que durou mais de três horas, segundo o UOL, Nunes afirmou que Luciano Macedo foi visto momentos antes da morte, assaltando um veículo.
Questionado sobre o fato de a perícia não ter encontrado arma com o catador, o tenente disse que uma das pessoas que estavam no veículo poderia ter levado a pistola de volta para a favela do Muquiço, no bairro de Guadalupe, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo o militar, nas imagens, é possível ver uma das ocupantes do carro olhando para o chão, procurando algo. As imagens não mostram arma no chão, mas a postura é suspeita, disse Nunes. Em seu depoimento, também afirmou que a patrulha estava abalhada, após trocar tiros com traficantes da região horas antes. Ele também afirmou não acreditar que Luciano Macedo era mesmo “catador”.
O crime ocorreu em 7 de abril, em Guadalupe. Evaldo Rosa, de 51 anos, foi assassinado dentro de um carro, com nove tiros de fuzil por militares do Exército. Luciano Macedo, de 28, também foi baleado ao tentar ajudar Evaldo Rosa, quando teve o carro fuzilado, e morreu dias depois. Ao todo, os militares dispararam 257 tiros.


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