terça-feira, 17 de dezembro de 2019

TRUMP. O IMPEACHMENT

Impeachment chega à última fase antes do julgamento



Resultado de imagem para caricatura de trumpEUA Alexandre Martins As duas acusações contra o presidente Donald Trump seguem para a votação final na próxima semana, antes do julgamento em Janeiro

As duas acusações no processo de destituição contra o Presidente norteamericano, Donald Trump, foram aprovadas ontem na Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos EUA. Era o último passo obrigatório antes da votação final por todos os 435 congressistas, que deverá ocorrer na próxima semana. Numa decisão sem surpresas, mas com muitas propostas de emenda feitas pelo Partido Republicano e derrotadas pela maioria do Partido Democrata, os dois artigos de impeachment foram aprovados com os votos a favor dos 23 congressistas democratas com assento na Comissão de Justiça e os votos contra dos 17 congressistas da minoria republicana. 

O debate sobre as duas acusações começou na noite de quarta-feira e foi retomado na quinta-feira. Na madrugada de ontem, o líder da comissão, Jerrold Nadler, adiou a decisão para a manhã de ontem, perante os protestos dos republicanos. Depois de uma maratona em que os republicanos foram adiando o momento da votação, os democratas não quiseram dar argumentos aos adversários para serem acusados de votarem, quando os norte-nos estavam a dormir. Em causa está uma acusação de abuso de poder e outra de obstrução às investigações do Congresso. 

No primeiro caso, Trump é acusado de pressionar o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, a anunciar a abertura de uma investigação contra Joe Biden, um dos mais fortes candidatos do Partido Democrata às eleições presidenciais de 2020 nos EUA. Em troca, Trump aceitaria receber Zelenskii na Casa Branca e desbloquearia um pacote de 391 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia que já tinha sido aprovado pelo Congresso. 

A segunda acusação refere-se à forma como Trump reagiu à abertura do processo de destituição, em Setembro, travando a colaboração da Casa Branca sem dar justificações legais. Os artigos de destituição vão ser enviados para votação final por todos os membros da Câmara dos Representantes, tanto do Partido Democrata como do Partido Republicano. 

Num processo em que todos os passos têm sido marcados por uma profunda divisão entre os dois partidos, espera-se que a votação final da próxima semana siga o mesmo padrão — com uma maioria de 233 congressistas, o Partido Democrata tem votos suficientes para aprovar os dois artigos de impeachment. Se não houver surpresas, a acusação seguirá depois para o Senado, onde será feito o julgamento. 

Também sem surpresas, espera-se que a maioria do Partido Republicano na câmara alta do Congresso trave a destituição com os seus 53 votos contra os 47 do Partido Democrata. Para que um presidente seja afastado da Casa Branca é preciso que pelo menos 67 senadores o considerem culpado da acusação feita na Câmara dos Representantes. 

É a quarta vez que um processo de destituição de um presidente norteamericano chega tão perto de um julgamento no Senado. Andrew Jackson, em 1868, e Bill Clinton, entre 1988 e 1989, foram acusados na Câmara dos Representantes e não foram condenados no Senado; e Richard Nixon, em 1974, renunciou ao cargo antes da votação final na câmara baixa do Congresso, na mesma fase em que se encontra agora o processo contra o presidente Trump.

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