Militar mata (de novo) catador de recicláveis que salvou família no Rio.
Luciano Macedo, catador de materiais recicláveis, foi morto ao tentar salvar a família do músico Evaldo dos Santos, cujo carro foi alvejado por militares, em Guadalupe, Zona Norte do Rio, em abril. Estavam indo para um chá de bebê e foram confundidos com bandidos.
Evaldo também morreu.
Ganha um doce quem adivinhar a cor de pele de ambos.
E, nesta segunda (16), o tenente Ítalo Nunes, comandante da patrulha, o matou uma segunda vez ao culpá-lo por sua própria execução. Em depoimento à Justiça Militar, trouxe uma nova justificativa, mas sem provas: disse que o catador estava armado e atirou em sua direção. A arma que Luciano teria usado?
A perícia só encontrou a dos nove militares que respondem por duplo homicídio. Ao todo, aliás, foram 257 tiros disparados por eles, dos quais 83 atingiram o carro. "Nas imagens feitas posteriormente de cima, é possível ver uma das ocupantes do carro olhando para o chão, procurando algo.
As imagens não mostram arma no chão, mas esta postura é suspeita. Se ela estava olhando para baixo, certamente sabia que encontraria algo. Possivelmente um armamento", disse o tenente em seu depoimento.
O registro é de Gabriel Sabóia, do UOL
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