Acervo de obras de arte de Maria do Socorro era digno de museu nacional, denuncia PGR
O vasto acervo de obras de arte da ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Maria do Socorro Barreto Santiago, composto por 162 obras, foi elemento que pesou na denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) desta terça-feira (10) (leia aqui). O documento apontou que a desembargadora possuía um alto padrão de vida, "acima do que seria esperado para uma servidora pública".
Ainda sobre as obras de arte da desembargadora, a PGR aponta que seriam capazes de "abastecer qualquer galeria de arte ou museu nacional, ante sua magnitude e consagração dos artistas colacionados".
"A análise conjunta das diligências, das apreensões e da exploração dos dados obtidos permite afirmar que o padrão ostentado pela Desembargadora com muitos adornos aparentando joias, dinheiro em espécie de grande monta, obras de arte, bolsas, etc.", diz trecho da denúncia.
A ex-presidente do TJ-BA está entre as 15 pessoas denunciadas pela Procuradoria por participação em suposto esquema criminoso de venda de sentenças no tribunal baiano.
A PGR revela ainda que foram encontradas com Maria do Socorro anotações sobre processos judiciais com indicação da decisão a ser adotada. "Tarefa dissonante dos deveres inerentes à judicatura", diz o texto. "Sendo que, em um dos manuscritos há número de processo vinculado a um juiz federal em Brasília, com a seguinte afirmação: 'julgar favorável Addey Taxi Aereo LTDA'", denuncia a PGR.
Mas o documento da Procuradoria deixa claro que em consulta a Justiça Federal foirevelado que o processo em questão está tombado com decisão desfavorável aos interesses da empresa Addey Taxi Aereo LTDA, e recurso pendente para o desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro.
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