Jerônimo atribui sensação de
insegurança a 'distúrbios de saúde'
e pede paciência à população
As declarações do governador ocorrem após o Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontar que a Bahia é o estado com o maior número de mortes violentas intencionais do Brasil
Da Redação
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), disse, nesta segunda-feira (22), que o tema da segurança pública é complexo e há vários fatores que atuam na questão da violência. O petista pediu paciência à população para resolver o problema. Ele ainda afirmou que “distúrbios de saúde” levam as pessoas a terem a sensação de insegurança.
As declarações do governador ocorrem após o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira da semana passada, apontar que a Bahia é o estado com o maior número de mortes violentas intencionais do Brasil. Foram 6.578 ocorrências registradas em 2023, segundo o estudo.
“Mas eu quero pedir a vocês paciência que isso virá. Eu tenho certeza que isso virá (a melhora nos índices da segurança pública). Os números já são bastante favoráveis. Segurança pública e educação não se resolvem de um dia para o outro. Não se resolve. Estamos anunciando aqui concurso e chamamento. Isso não é para amanhã os números caírem. É cultural. Nós temos todo um movimento de desemprego, de distúrbios de saúde das pessoas que levam a situação de insegurança. Há todo um contexto. Então, não dá para dizer: ‘eu boto mais polícia, mais equipe técnica, e está resolvido’. Tem outros fatores da complexidade da segurança pública que puxa para nós”, declarou Jerônimo, durante evento em que anunciou que o efetivo das forças de segurança pública da Bahia será ampliado com 4.263 profissionais.
O governador ainda falou que o trabalho da segurança pública precisa ser reconhecido.
“É importante também que a gente celebrasse o que aconteceu no Carnaval e no São João. O clima de paz. Sei que se a gente perder uma vida de quem quer que seja, é motivo de tristeza e lamentação. Mas eu também queria que a segurança pública recebesse os reconhecimentos quando a gente faz uma festa grandiosa lá numa comunidade rural, quando tem uma vaquejada, uma missa, um culto, e não acontece nada. É bom que a sociedade não precisou da polícia. Tem um clima favorável”, ressaltou.
Dados da violência
As 6.578 ocorrências registradas representam 46,5 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. A Bahia só fica atrás do Amapá, que tem a maior taxa do país: 69,9. A média nacional é de 22,8. Entre 2022 e 2023, a Bahia teve uma ligeira redução do número de mortes violentas intencionais. Foram 6.663, em 2023 - 85 mortes a mais que no ano passado. Em 2021, haviam sido 7.069.
Renato Sérgio Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que realiza a pesquisa, explica que as mortes violentas estão relacionadas, em sua maioria, ao tráfico de drogas.
“As disputas de facções movimentam a engrenagem de boa parte das mortes que acontecem no país. Elas se concentram em cidades muito estratégicas para a economia do crime, como próximas de portos e rodovias. É o caso de Jequié, que aparecia em primeiro lugar em mortes violentas, no ano passado, e caiu para a terceira posição”, diz. A letalidade policial também entra na conta: foram 1.699 pessoas mortas em ações das forças de segurança no estado.
COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO.- Para catalogar esta matéria, hesitei entre Política e Humor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário