Sábado 13 de agosto. 13:12. Sol
clemente. Gritos na minha rua. Três turistas acabam de ser assaltadas por um
pivete. Arrancou o cordão de ouro. Hoje, a viatura da polícia militar não está
estacionada na Cruz do Pascoal, centro nevrálgico do bairro de Santo Antônio.
Por que saiu, saiu por quê? Mistérios da In-segurança Pública em Salvador,
como, suponho no resto do estado.
Mas atenção. Meu bairro não é mais violento
que, por exemplo, Pituba ou Trobogy. As estatísticas provam. Só que, no centro
histórico, as vítimas são, na sua esmagadora maioria, visitantes que tanto ouviram
falar de nossos encantos, do sorriso, dendê, vatapá e berimbau, que se convenceram
do exagero dos perigos. Bem, enquanto não são assassinados, menos mal ...
Agora, o que nós, moradores do bairro, gostaríamos muito de entender, é a
política de retirar daqui os policiais que, aqui, tanta falta farão, para
suprir as “sensibilidades” de outras partes da capital. O cobertor é curto.
Quando protege os ombros, descobre as pernas.
No princípio de agosto, o quadriciclo que jazia - pneus
esvaziados e capim crescendo à volta - desde 2013 na porta do Hotel Convento do
Carmo, foi finalmente retirado. Era a vergonha do cinco estrelas (cadentes) e
do 18° Batalhão, conforme escrito em letras garrafais no veículo. Letras que lentamente
se apagaram. Fotografei. Afirma-se que fora vendido ao hotel. Como assim? A
Secretaria de In-segurança Pública do Estado da Bahia pode negociar um bem
público, pago com nossas contribuições, a uma empresa particular? Mantendo a
identificação militar? Qual foi o preço da transação? Qual era o interesse do
hotel, se a engenhoca nunca saiu do lugar?
Para finalizar, constrangedor é o estado apocalíptico das
viaturas da PM (quando) estacionadas na Cruz do Pascoal e em frente da Casa do
Benin. Mesas carcomidas, armários sem portas, assentos esburacados... Quanto
desrespeito para com nossos policiais! Triste imagem de nossa in-segurança
levarão os turistas...
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