sexta-feira, 28 de julho de 2017

CUSTO-BENEFÍCIO DANOSO


Editorial Jornal A TARDE 
26/07/2017

Quanto mais frágil é a situação do presidente Michel Temer, mais integrantes de sua base aliada no Congresso Nacional, revelando suas intenções no cumprimento dos mandatos eletivos, aproveitam-se para tentar aprovar propostas e medidas que atendem exclusivamente aos seus interesses. Isto só tem se acentuado neste momento em que o presidente faz todo esforço para barrar a denúncia de corrupção que lhe foi feita pela Procuradoria Geral da República.
Exemplo claro é a atuação da chamada “bancada ruralista”, que, mostrando como moeda de troca os 211 votos que possui na Câmara Federal, tenta fazer com que Temer atenda inteiramente a seus interesses, mesmo que sejam em detrimento da preservação dos recursos naturais do país. Com pouco mais de um ano, a gestão do atual governo na área ambiental tem sido marcada por tímidos avanços e grandes retrocessos, o que ameaça se agravar seriamente agora.
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Área desmatada para produção agropecuária dentro da Floresta Nacional de Jamanxim. Foto: Daniel Beltrá

O presidente tomou a decisão corajosa, em junho, de vetar a medida provisória que reduzia a Floresta de Jamanxim, mas a coragem durou pouco tempo, uma vez que a proposta de reduzir aquela área foi retomada, e a toque de caixa. Sob pressão, Temer enviou ao Congresso não apenas o projeto que diminui o tamanho da floresta e aprovou parecer determinando que apenas terras ocupadas por indígenas até outubro de 1988 podem ser demarcadas.
Mas outras propostas, tão ou mais importantes para a preservação da natureza, estão sendo negociadas, como a flexibilização de regras para licenciamento ambiental, liberação de agrotóxicos e venda de terras para estrangeiros. Por fim, na mesma toada, o governo prepara medida provisória sobre dívidas de produtores ao Funrural, com previsão de anistia de multas, descontos e maior prazo para pagar.
Enquanto os ruralistas festejam, os defensores do maio ambiente protestam. Resta à sociedade se posicionar contra tais medidas que, para salvar o mandato do presidente, ameaçam causar danos permanentes ao país e aos seus recursos naturais.



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