Nos casos em que as pessoas são levadas a tribunal, as sentenças mais vulgares atribuem o julgamento a crimes de sodomia, ou “actos contranatura”. O número total de Estados cujos códiogos penais prevêem a pena de prisão exclui o Egipto, país onde os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são tecnicamente legais mas existem centenas de relatos de pessoas detidas.
O relatório observa que em pelo menos cinco países — Paquistão, Afeganistão, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Mauritânia —, apesar de a pena de morte estar prevista na lei islâmica, não há registos de os tribunais a terem aplicado no caso de relações sexuais consentidas entre adultos do mesmo sexo, se praticadas em privado.
O Sul e o Oeste de África, o Médio Oriente e o Sul da Ásia são as regiões com as leis mais rígidas no que toca à criminalização da homossexualidade. A Europa Ocidental e o hemisfério ocidental são os mais progressistas. Países como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Brasil e Argentina assumiram a liderança no processo de descriminalização.
No Irão, no Sudão, na Arábia Saudita e no Iémen os homossexuais ainda são punidos com pena de morte, de acordo com as leis do direito islâmico. O mesmo se aplica em certas partes da Somália e no Norte da Nigéria. Na Síria e no Iraque a pena de morte é cumprida, não por actores estatais, mas por agentes externos, como por exemplo, o Daesh. O Estado russo foi recentemente repreendido pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos por uma lei de 2013 que proíbe a difusão de "propaganda de relações sexuais não tradicionais" entre menores de idade.
Um dos autores do relatório, Aengus Carroll, explica ao Guardian que não há países perfeitos em matéria de liberdade de orientação sexual. “Não há nenhum país no mundo onde as pessoas LGBT não sejam alvo de discriminação, estigmatização ou violência", disse. "A mudança legislativa é muito lenta, mas as atitudes da sociedade, particularmente os argumentos que evocam tabus, são dolorosamente lentas na mudança", explica.
O co-autor aponta ainda alguns desenvolvimentos positivos em países como o Botswana, o Quénia, o Zimbabwe e a Tunísia, onde os defensores têm ganho recentemente alguns processos de defesa dos direitos da comunidade e LGBT. Refere também a existência de "avanços incríveis" em questões de orientação sexual e identidade de género em todo o mundo.
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