Nosso grande gênio da Música Erudita no século XX aprofundou-se - sem ser Etnomusicólogo - nas mais diversas manifestações de nosso Folclore de maneira toda sua: Vivencial. Até porque esta Ciência não havia ainda adquirido Status Quo e outros grandes Compositores - Pesquisadores seus coevos - como o húngaro Bèla Bartók - também se utilizaram de metodologia subjetiva.
Tendo viajado livremente para diversos rincões do Brasil em centenas de cidades interioranas, adquiriu uma vivência extraordinária - a par de um ouvido único e da sensibilidade de Gênio que possuía.
O Físico alemão Albert Einstein enfatizava o valor enorme da intuição, que, segundo ele, ia além do Conhecimento Racional. Portanto Villa, sem ser Folclorista ou Pesquisador Acadêmico - assim como Bártok - além de fixar o Nacionalismo na Música Erudita Brasileira, foi de longe aquele que mais imprimiu o Sentimento e a Alma do Folclore e com maior amplitude geografica na Música de Arte do Brasil.
Com todo o respeito e admiração pela obra do genial Guerra-Peixe, que embora Pesquisador metódico, limitou-se ao Folclore de Pernambuco e ao do interior e litoral de São Paulo, fazendo um trabalho magnânimo no uso desses conhecimentos em seu Opus de Compositor Erudito.
Enfim, dois geniais universos paralelos no sentido apontado em nossa Música - e no mesmo sentido incomparáveis, merecendo absoluto destaque. Quanto ao Carnaval, Villa-Lobos além de compor a Suíte para piano " Carnaval das Crianças Brasileiras " ( que mais tarde transformar-se-ia no Momo precoce para banda e piano - estréia pelo Maestro Assis Republicano à frente da Banda dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro - e depois orquestra e piano ) na década de 40 resolveu - e com seus próprios recursos - criar e formar um bloco carnavalesco - O Sodade do Cordão.
Esta iniciativa única passou à História do nosso Carnaval. E por duas vezes Escolas de Samba do Rio de Janeiro homenagearam Villa-Lobos: na década de 60 e no final dos anos 90 pela Mocidade Independente de Padre Miguel: " VILLA-LOBOS É PROVA DE BRASILIDADE " foi o enredo.
Penso que ele mereceria uma terceira homenagem de parte das Escolas de Samba por tudo o que representou para o Brasil, não acham?
Outras sugestões para merecidas homenagens: Carlos Gomes, Guerra-Peixe, Camargo Guarnieri, Cláudio Santoro e Almeida Prado. Sem olvidar dos grandes Compositores em atividade: Edino Krieger, Edmundo Villani-Côrtes e Amaral Vieira.
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