sábado, 27 de junho de 2020

ESCRAVA EM SÃO PAULO

Saiba quem é Mariah Corazza, executiva que manteve idosa em trabalho escravo em bairro nobre de SP

Mulher não pagava salário fixo à trabalhadora desde 2011. Idosa foi abandonada em imóvel da patroa sem acesso a banheiro
Funcionária de alto escalão na Avon, Mariah Corazza Üstündag, 29 anos, manteve uma idosa de 61 anos em condições análogas à escravidão em sua casa no Alto de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste de São Paulo.
No Linkedin de Mariah, que foi deletado após a repercussão do caso, consta que ela é gerente global da marca no setor de “inovação em fragrância”. Estudou na Universidade de São Paulo (USP) e é filha de uma famosa cosmetóloga brasileira, Sônia Corazza.
Sônia, por sua vez, é engenheira química e foi responsável por criar produtos para as principais empresas de cosmético do país e do exterior, como Natura, Boticário e Avon.
A idosa foi resgatada neste mês pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Ela não recebia salários por seu trabalho como empregada doméstica desde 2011.
A vítima foi encontrada morando sozinha no imóvel em um quarto nos fundos do terreno. Abandonada pelos patrões, que mudaram de residência, a casa precisou ser arrombada pelas autoridades.
O quarto em que a idosa vivia, segundo os procuradores, era uma espécie de depósito e tinha cadeiras, estantes e caixas amontoadas. Um sofá velho era utilizado como cama e não havia banheiro disponível.
Após a publicação da matéria mostrando que a executiva que manteve a idosa em trabalho escravo era funcionária da Avon, a empresa enviou à Fórum uma nota informando que tem “compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos” e que Mariah Corazza não integra mais os quadros de colaboradores da companhia.
Confira a íntegra da nota.
“Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima”

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