sábado, 11 de junho de 2022

A PONTA DO ICEBERG

 QUANTOS POLÍTICOS, A TODOS OS NÍVEIS, AINDA APRONTAM NA SOMBRA CÚMPLICE DO PODER?


Morador de rua que roubou deputado é filho de ex-candidata golpista

Alisson Santiago de França é filho de Ana Maria Vieira Santiago, uma ex-candidata a deputada distrital presa por estelionato

atualizado 11/06/2022 9:02

Reprodução

Alisson Santiago de França, o homem em situação de rua preso nessa quinta-feira (9/6) acusado de assaltar o deputado federal Israel Matos Batista (PSB-DF), conhecido como Professor Israel, é filho de Ana Maria Vieira Santiago (foto em destaque), ex-candidata a deputada distrital presa por estelionato. A história dela foi revela pelo Metrópoles em 2019.

A coluna teve acesso à ficha do responsável por cometer o crime após realizar um fetiche do parlamentar. Entre as informações como profissão, altura e documentos pessoais, aparece a filiação de Alisson. Veja:

Alisson será indiciado por roubo qualificado, e a prisão dele encerra a procura pelos suspeitos no crime ocorrido em 20 de abril. Ele e mais três comparsas renderam e ameaçaram o congressista com um facão. Na ocasião, o parlamentar entregou carteira, celular e as chaves do carro.

O suspeito confessou à polícia, à época, ter armado com seus comparsas uma arapuca para o parlamentar. Com a mesma frieza que admitiu o crime, também relatou o motivo de estar na companhia de Israel — até aquele momento, ele não sabia que se tratava de um político.

Em relato à polícia, o morador de rua descreveu, detalhadamente, as interações que tinha com o político. Ele contou ter aceitado R$ 50 de Israel para realizar um fetiche do deputado. Afirmou, também, ter comprado três pedras de crack na Rodoviária do Plano Piloto a pedido do parlamentar.

Relembre o imbróglio envolvendo a mãe

Ex-candidata a deputada distrital Ana Maria, 57 anos, foi presa em Minas Gerais, acusada de se passar por vítima da tragédia de Brumadinho (MG). Em 2019, ela recebeu a indenização de R$ 65 mil pagos pela Vale às pessoas atingidas pela barragem, localizada na região do Córrego do Feijão. No mesmo dia, um outro golpe aplicado por ela no DF foi comunicado à 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) por um casal. De acordo com as vítimas, o crime ocorreu em fevereiro deste ano, quando tentaram adquirir um imóvel.

Ana Maria já foi denunciada em ao menos seis ocorrências policiais no Distrito Federal. O Metrópoles apurou que os registros foram feitos nos anos de 2005, 2008, 2010, 2013, 2016 e em 2019. Cinco por estelionato e fraude à execução e uma por receptação de celular furtado.

As outras denúncias contra Ana Maria são relacionadas a uma cooperativa, de nome Ascun-DF, criada por ela. De acordo com as famílias vítimas do golpe, a mulher informava ter lotes liberados pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). Ela pedia o pagamento de R$ 4,6 mil mais duas taxas nos valores de R$ 250 e R$ 350, mas não entregava a terra.

ReproduçãoReprodução

Brumadinho

Identificada como “Ana Blue” nas redes sociais, a golpista alegou ter uma casa na região do Parque das Cachoeiras, uma das mais afetadas pelo rompimento da barragem, em 25 de janeiro deste ano. De acordo com o inquérito policial, Ana Maria, natural de Anápolis (GO), convenceu alguns moradores de Brumadinho a participar do golpe: eles mentiram ao afirmar que a ex-candidata tinha uma propriedade no bairro e que o sustento dela vinha da atividade agropecuária.

Ao Metrópoles a Polícia Civil detalhou que a investigação teve início tão logo a mulher fez o cadastro para receber a indenização. Ficou comprovado que ela nunca residiu ou teve imóvel no município mineiro.

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