quarta-feira, 15 de junho de 2022

ONDE A ÁGUA DESAFIA A GRAVIDADE

 

A CIDADE ESPANHOLA ONDE A ÁGUA 'DESAFIA' A GRAVIDADE

No sul da Espanha, na cidade de Granada, está localizado o complexo de castelos conhecido como Alhambra. Além da beleza arquitetônica, o local também chama a atenção por outro motivo: a fascinante demonstração da engenharia....

Quase um quilômetro acima dos rios Darro e Genil, Alhambra se destaca pela presença de jardins, piscinas e fontes. Para isso, foi necessário fazer com que as águas dos rios subissem a colina para chegar até as construções principais, uma obra que ainda hoje impressiona engenheiros e turistas.

Fazendo a água subir

Generalife.

A Alhambra de Granada foi construída em 889 d.C., durante o domínio muçulmano na região. Mas foi apenas durante o reinado de Muhammad I, o primeiro rei da dinastia Nasrid, que as águas chegaram nos castelos. A ideia era levar a água para o local, para deixá-lo mais confortável e agradável. Além das fontes e dos jardins, a água também ajuda a resfriar os prédios do complexo palaciano.

Para superar o desafio da localização elevada, os engenheiros precisaram projetar um canal de 6 km que saía do rio Darro e chegava à Alhambra. O primeiro passo foi construir uma barragem para desviar o fluxo do rio e distribuir a água em canais menores. Na sequência, rodas d'água foram adicionadas para elevar a água a diferentes níveis. 


O projeto termina com uma complexa estrutura hidráulica composta por grandes piscinas, cisternas e diversos tubos, que formam uma rede entrelaçada. A partir deste ponto, a água é transportada para os jardins do Generalife (que era a residência de verão do rei) e para o próprio palácio de Alhambra por meio de um aqueduto.

Os jardins suspensos de Andaluzia


Jardins do Generalife.

Ao longo da história humana, as principais cidades sempre estiveram próximas à água. No caso da região da Andaluzia — atualmente uma comunidade autônoma na Espanha —, durante a dominação árabe da região, a presença da água era ainda mais relevante.

De acordo com Rocío Díaz Jiménez, diretor geral do Conselho de Curadores da Alhambra e Generalife, “No Islã, a água é a origem da vida, é um símbolo de pureza e atua como purificador do corpo e da alma”.

Por esse motivo, é comum encontrar fontes públicas nas ruas das cidades andaluzas. Elas foram instaladas ao lado de mesquitas, ou perto dos portões da cidade para matar a sede dos viajantes. Mesmo em casas mais humildes ou de pessoas com poucos bens, era comum encontrar uma fonte central de água.


No caso de Alhambra, o exemplo mais forte é o do Generalife. Este palácio era a residência de verão do rei Muhammad I e se destaca pelos seus belíssimos jardins e fontes. Embora alguns historiadores não o considerem como parte da Alhambra por estar mais afastado das demais construções, o palácio também recebe as águas dos rios Darro e Genil.


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